Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Um método inovador para a remoção de cistos de ovário de grande porte, desenvolvido por profissionais da Clínica de Ginecologia do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-USP), será apresentado em congresso norte-americano, que começa no dia 11 de novembro em Washington. O processo foi selecionado devido à raridade do caso e por ter sido empregado com sucesso em pelo menos dez pessoas que tinham cistos de pelo menos 6 litros.
Com essa técnica, segundo o Hospital das Clínicas, foi possível remover um cisto de 16 litros em uma mulher de 46 anos, por meio de uma incisão de 1 centímetro (cm) no umbigo e duas outras incisões de 0,5 cm no abdômen, a chamada laparoscopia. Esta é a primeira vez que o processo é feito para remover cistos desse porte, já que normalmente é feita a laparotomia, com incisão vertical ou horizontal de 15 cm de extensão.
O procedimento para a retirada desse cisto gigante levou cerca de uma hora, entre a entrada na cavidade abdominal e a cirurgia. O método consiste na introdução de um sistema de aspiração, em conjunto com uma microcâmara e pinças, pelo portal de acesso inserido no umbigo do paciente, por meio de incisão de 1,2 cm. O cisto é aspirado continuamente durante a operação e quando é completamente retirado, a cápsula que o envolvia também é aspirada.
Segundo o médico Sérgio Conti Ribeiro, da Clínica de Ginecologia do HC, a paciente recebeu alta em menos de 24 horas após a operação e voltou às atividades habituais em cinco dias. “São pré-requisitos para esse tipo de acesso cirúrgico, pacientes com suspeita de cisto de ovário benigno, com mais de 6 litros em seu interior”, explicou.
De acordo com dados do Hospital das Clínicas, o diagnóstico de cistos desse tipo é muito comum, podendo atingir até 12% das mulheres. Nos Estados Unidos, os cistos de ovário são a quarta causa de hospitalização por doença ginecológica em mulheres abaixo dos 40 anos e estima-se que, em algum momento da vida, de 5% a 10% da população feminina serão submetidos a algum procedimento cirúrgico.
Edição: Graça Adjuto
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