Daniel Lima*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, descartou hoje (17) qualquer alteração na data do leilão do Campo de Libra, apesar das manifestações contrárias que ocorrem em todo o país. Desde cedo, manifestantes ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) e à Via Campesina ocupam o Ministério de Minas e Energia na área central de Brasília e exigem que o governo federal cancele a licitação. “O que será feito com a legislação que instituiu o regime de partilha é o primeiro leilão, que será feito na segunda feira [21]”, garantiu o ministro.
Segundo as entidades organizadoras do protesto, o leilão – daquele que pode ser o maior campo de petróleo do mundo – é um “crime de lesa-pátria que põe em risco a soberania nacional”.
De acordo com ministro Guido Mantega, o volume estimado de óleo recuperável varia de 8 bilhões a 12 bilhões de barris. O pico de produção estimada é 1 milhão de barris por dia. Atualmente, a produção nacional chega a 2 milhões por dia. O investimento chegará a US$ 181 bilhões, em 35 anos.
Já Miriam Belchior, ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, rebateu as criticas de que o governo está entregando para estrangeiros riquezas nacionais. Ela disse que todos têm o direito de se manifestar, “sejam petroleiro ou outros segmentos sociais”. “Mas temos a convicção de que o Brasil vai garantir esses recursos para si e para os brasileiros e brasileiras”, disse.
Ontem (16), funcionários da Petrobras e subsidiárias decidiram entrar em greve por tempo indeterminado, também em protesto contra o leilão. Segundo a FUP, a categoria exige a suspensão imediata do primeiro leilão do pré-sal, sob o regime de partilha.
*Colaborou Pedro Peduzzi
Edição: Talita Cavalcante
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