Da Agência Brasil
Brasília - O Banco Mundial acredita que uma gestão de riscos mais eficiente pode abrir oportunidades, prevenir crises e proteger os pobres contra desastres e choques. De acordo com o relatório sobre o Desenvolvimento Mundial, intitulado Risco e Oportunidade: Gestão do Risco para o Desenvolvimento, em face de distúrbios sociais, crises econômicas e desastres naturais cada vez mais frequentes, os esforços de preparação e recuperação dos governos, comunidades e indivíduos tornaram-se cada vez mais essenciais.
Para a organização, a gestão eficaz de riscos pode proporcionar tanto a resiliência para enfrentar eventos adversos quanto a capacidade de tirar proveito de oportunidades de desenvolvimento. “Portanto, é um elemento crítico na luta para erradicar a pobreza”, informa o novo relatório do Banco Mundial.
O documento indica que a gestão responsável e eficaz dos riscos pode salvar vidas, evitar prejuízos econômicos, impedir obstáculos ao desenvolvimento e desencadear oportunidades. A gestão do risco pode ser um instrumento poderoso para o desenvolvimento, levando a segurança e os meios do progresso aos habitantes dos países em desenvolvimento.
Os técnicos do banco lembram que, nos últimos 25 anos, o mundo passou por uma rápida integração internacional, reforma econômica, modernização tecnológica e aumento da participação democrática, mas também por turbulência financeira, perda de empregos e renda e dano ambiental. Para eles, em vez de rejeitar a mudança para evitar os riscos, “as pessoas e as instituições devem estar preparadas para as oportunidades e riscos que essas mudanças acarretam”. O relatório destaca também que iniciativas proativas, sistemáticas e integradas de gestão de riscos são agora fundamentais.
Entre outras medidas, o relatório conclui que os benefícios de preparação para os risco podem superar significativamente os custos. Um exemplo citado são os suplementos minerais destinados a reduzir a subnutrição e que podem gerar benefícios 15 vezes maiores do que os custos. Para o Banco Mundial, a preparação leva as pessoas a ser menos avessas ao risco. Outro exemplo é o seguro contra chuvas que pode “levar os agricultores a investir em fertilizantes, sementes e outros insumos, em vez de simplesmente guardar o dinheiro como proteção para quando começar a época de seca seguinte”.
Certos riscos diminuíram dramaticamente nos últimos anos, segundo o relatório. “A expectativa de vida, por exemplo, aumentou graças à expansão da imunização, melhores redes de segurança e melhor previsão de ciclones, tsunamis e terremotos, destacam os técnicos. Além disso, a maioria dos países em desenvolvimento empreendeu reformas na última década que os ajudaram a construir maior resiliência a variações nos fluxos globais de capital. Essa maior resiliência ajudou os países a manter o crescimento e a redução da pobreza durante a recente crise financeira global.
O relatório destaca ainda que a “gestão eficaz de riscos consiste em combinar a capacidade de se preparar para o risco com a capacidade de enfrentar as consequências, contrapondo ao mesmo tempo o custo inicial da preparação e o benefício provável”. Os técnicos lembram que uma sólida estratégia de gestão de riscos compõe-se de quatro fatores: conhecimento, proteção, seguro e enfrentamento.
Edição: Talita Cavalcante
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