Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O governador do Rio, Sérgio Cabral, disse hoje (6) que o sumiço do pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido desde 14 de julho, quando foi levado para a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, não deve ser tomado como a principal marca do projeto de pacificação das comunidades. A Justiça decretou na última sexta-feira (4) a prisão preventiva de dez policiais militares que trabalhavam na UPP da comunidade, incluindo o ex-comandante do grupo, major Edson Santos.
“O caso Amarildo não é a marca da UPP. A marca da UPP é da cidadania e da garantia de ir e vir. Esses policiais [envolvidos no sumiço de Amarildo] não representam a esmagadora maioria dessa garotada que está nas UPPs trabalhando, se dedicando, servindo à população. Não vamos tirar por base esses atos absurdos e atrozes para condenar 8.600 policiais militares que estão permitindo a paz nas comunidades e nos bairros vizinhos”, disse o governador.
Cabral falou aos jornalistas após a operação de ocupação policial do conjunto de favelas do Lins, na zona norte da cidade. Ele previu que a próxima UPP poderá ser a do Complexo da Maré, formado por favelas entre a Avenida Brasil e a Linha Vermelha, e disse que novos contingentes de policiais estão sendo formados nos próximos meses.
“Certamente no primeiro trimestre ou quadrimestre de 2014 [haverá a implantação da UPP na Maré]. Nós estamos formando muita gente. Estaremos colocando nas ruas da cidade, até o final deste ano, 1.200 policiais civis e mais 150 delegados. Isso vai ser um reforço muito grande na investigação.”
Sobre a manifestação de professores marcada para amanhã (7), no centro da cidade, o governador disse que o objetivo da PM será o de garantir o protesto e admitiu que é preciso separar quem faz baderna e vandalismo dos professores. No dia 1º, durante votação do plano de cargos e salários do magistério municipal na Câmara de Vereadores, os policiais militares reprimiram com violência os manifestantes.
“A polícia está presente para garantir o direito à manifestação. Infelizmente, grupos vão a essas manifestações com objetivo de enfrentar a polícia, quebrar agências bancárias, lojas, prédio e patrimônio público. Professor não é baderneiro. Tem que ser tratado com muito respeito e dignidade.”
Edição: Fábio Massalli
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