Da Agência Brasil
Brasília - Mais 255 médicos vindos de Cuba chegaram a Brasília para trabalhar no Programa Mais Médicos, do Ministério da Saúde. Eles desembarcaram no Aeroporto Internacional de Brasília - Juscelino Kubitschek por volta da 1h30 deste sábado (5) e fazem parte do grupo de 2 mil médicos cubanos que, até este final de semana, terão chegado ao Brasil. Belo Horizonte ainda vai receber mais 225 médicos amanhã (6), às 6h.
Nesta segunda-feira (7), esses profissionais iniciarão um curso com duração de três semanas, com aulas de saúde pública e língua portuguesa. As aulas ocorrerão no Distrito Federal, em Fortaleza, Vitória e Belo Horizonte. Em seguida, eles seguirão para os municípios onde vão atuar. Além dos profissionais cubanos, os 149 médicos com diploma do exterior que foram selecionados para a segunda fase do programa iniciam o curso na próxima segunda-feira.
A previsão do Ministério da Saúde é trazer ao país, até o fim do ano, 4 mil médicos cubanos. Esses profissionais vêm ao Brasil por meio de um acordo intermediado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e, por isso, não precisam passar pelo Revalida (Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior). Eles terão um registro provisório válido por três anos apenas para o local designado pelo programa.
A chegada dos profissionais cubanos ao Brasil é marcada por polêmicas. O Conselho Federal de Medicina (CFM) criticou a medida adotada pelo governo federal. Para a entidade, a medida agride direitos individuais, humanos, do trabalhador e ainda expõe a saúde da população a situações de risco. "É uma irresponsabilidade trazer médicos de fora, sejam cubanos, sejam brasileiro formados no exterior, sem a devida verificação da competência técnica", avaliou Roberto d'Ávila, presidente do CFM.
Em agosto, a Associação Médica Brasileira e o CFM entraram com uma ação no Supremo Tribunal Federal para suspender o programa. O ministro Marco Aurélio, convocou para novembro uma audiência pública para debater o Programa Mais Médicos.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lamentou as ações que tentam suspender o programa, mas demonstrou confiança na postura de sua pasta. “O governo já ganhou todas as medidas judiciais. Temos muita segurança jurídica do que estamos fazendo. Quem quiser pode fazer sugestões para aprimorar, agora não venham ameaçar a saúde da nossa população que não tem médico. O que move o Ministério da Saúde é levar médicos aonde a população não tem médicos”, explicou.
Edição: Valéria Aguiar
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