Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) entrou hoje (4) com pedido de reintegração de posse do prédio da reitoria, que está ocupado por estudantes desde ontem à noite. A informação foi confirmada pela própria universidade por meio de uma nota. A instituição alega que foi necessário recorrer à Justiça porque não conseguiu dialogar com os participantes do protesto.
Os estudantes, que ocupam o prédio da reitoria desde as 20h40 de ontem, reivindicam a retirada da Polícia Militar (PM) do campus. A reitoria autorizou a entrada de policiais militares no campus para fazer patrulhamento no local após o episódio em que um estudante foi assassinado a facadas em uma festa realizada no mês passado no local.
Por meio das redes sociais, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) disse que a ocupação da reitoria foi decidida por meio de uma assembleia realizada ontem. “Nos colocamos contrários à entrada da Polícia Militar nos campi. A reitoria usou de forma oportunista a tragédia ocorrida no último dia 21, que culminou na morte de um estudante, para dar livre acesso à Polícia Militar dentro do campus, implantando, assim, seu projeto de universidade, contrário à autonomia universitária e ao livre pensamento”.
Por meio de nota, a Unicamp lamentou a ocupação do prédio da reitoria. “Essa invasão, sem prévia apresentação de uma pauta de demandas por parte dos invasores, é injustificável sob qualquer ponto de vista. Os invasores não representam a comunidade estudantil, que é pacífica e dialoga permanentemente com a administração, administração esta que frequentemente vem recebendo e conversando com as entidades e grupos representativos na instituição”.
Sobre a presença da PM na universidade, a Unicamp informou que pretende discutir um plano de segurança para seus campi. O plano será feito em caráter de urgência. Após discussão com “toda a comunidade”, o plano será submetido à aprovação do Conselho Universitário, órgão máximo de deliberação. “A presença da Polícia Militar nos campi da universidade diz respeito a um problema de segurança pública e não a uma tentativa de intimidação ou cerceamento das atividades relacionadas ao contexto acadêmico”, disse a universidade.
Edição: Davi Oliveira
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