Da Agência Brasil*
Brasília - Os inspetores da Organização das Nações Unidas (ONU) concluíram haver provas "claras e convincentes" do uso de gás sarin no ataque perto de Damasco, na Síria, em agosto passado. A informação é parte do relatório divulgado hoje (16) pelo organismo. De acordo com o documento, as armas químicas foram usadas "em uma escala relativamente grande" na guerra civil síria, que se prolonga há 30 meses.
De acordo com a comissão de inquérito da ONU sobre as violações na Síria, 14 casos de ataques com armas químicas, cometidos desde setembro de 2011, estão sendo investigados. No relatório anterior da comissão, haviam sido mencionados quatro casos, dois em março e dois em abril. A comissão de inquérito não indicou a data dos dez últimos casos, limitando-se a informar que os 14 ataques foram registrados desde o início do mandato dos investigadores, em setembro de 2011.
Sem ter conseguido autorização para ir à Síria, a comissão de inquérito espera receber a permissão de Damasco para ir até os locais dos supostos 14 ataques e estabelecer, na medida do possível, a identidade dos responsáveis.
Acusado por vários países de ter realizado um ataque químico em 21 de agosto, nos arredores de Damasco, o presidente sírio, Bashar Al Assad, comprometeu-se, no dia 12 de setembro, a enviar à ONU e à Organização para a Interdição de Armas Químicas (Oiac) os documentos técnicos necessários para aderir à convenção de 1993 sobre a interdição desses armamentos.
Por outro lado, após três dias de negociações em Genebra, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e o chanceler russo, Serguei Lavrov, chegaram no sábado a acordo sobre um plano de destruição do arsenal químico sírio até meados do próximo ano. Esse acordo, que o regime de Assad prometeu respeitar, afastou uma ameaça imediata de ataques punitivos contra a Síria, feita pelos Estados Unidos e pela França.
* Com informações da Agência Lusa
Edição: Davi Oliveira
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. É necessário apenas dar crédito à Agência Brasil