Mariana Branco
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento manifestou-se hoje (11) pela primeira vez sobre a greve dos fiscais agropecuários, que fazem operação padrão desde o dia 16 de agosto. Segundo nota divulgada pelo órgão, até o momento não houve solicitação de audiência para negociação por parte dos servidores. Os fiscais são contrários a nomeações que consideram políticas para os quadros do ministério. Pedem, ainda, o repasse de recursos para suas atividades diárias e a contratação de mais servidores, além dos 172 previstos para ingressar por concurso público este ano.
O comunicado do Ministério da Agricultura não faz referência a esses temas. Nele, além de alegar não ter sido procurado pelos fiscais, o órgão fala sobre as denúncias dos servidores sobre um favorecimento de fornecedores em contratos do Laboratório Nacional Agropecuário de Minas Gerais (Lanagro-MG). As denúncias apareceram em matéria da revista Veja publicada no último dia 25 de agosto. De acordo com o texto, as alegações são falsas e já haviam sido desmentidas pelo diretor do Lanagro-MG, o fiscal federal agropecuário Ricardo Aurélio Pinto Nascimento.
A Agência Brasil entrou em contato com a assessoria de comunicação do ministério, que informou que o conteúdo da nota será a única manifestação do órgão e que outras afirmações e reivindicações dos fiscais não serão comentadas. A categoria quer a revogação das nomeações do advogado Rodrigo Figueiredo para a Secretaria de Defesa Agropecuária e do executivo Flávio Braile Turquino, que era vinculado à empresa Big Frango, para a direção do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal.
Os fiscais dizem também que não houve repasse financeiro em agosto para suas atividades e que faltam recursos para colocar gasolina em veículos. A categoria quer ainda a abertura de mais vagas em concurso cujo edital tem prazo até 18 de setembro para ser lançado. Embora o Ministério do Planejamento tenha autorizado 736 contratações, o ministério propôs-se a efetuar só 172.
De acordo com Wilson Roberto de Sá, presidente do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), os servidores não solicitaram audiência ao Ministério da Agricultura porque acreditam que a iniciativa de negociação deve partir do órgão. “Não solicitamos porque o litígio foi causado por eles. Nós não somos loucos de entrar em greve sem motivo”, disse. Segundo ele, não há previsão para o fim da operação padrão.
Edição: Fábio Massalli
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