Akemi Nitahara
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Onze pessoas foram levadas para a 17ª Delegacia de Polícia, em São Cristóvão, na zona norte, detidas nas manifestações da manhã de hoje (7) na Avenida Presidente Vargas. Entre os detidos está uma mulher, que vai responder por posse de gás asfixiante. Um menor de idade foi apreendido.
De acordo com a delegada adjunta, Viviane Costa, todos já foram liberados. "Foram nove registros, por desacato, desobediência, resistência à prisão, apreensão de objetos e lesão corporal. São todos crimes de menor poder ofensivo, eles assinaram um termo de compromisso para comparecer em juízo e vão responder em liberdade".
O advogado Carlos Viana, da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), explicou que a entidade tem se mobilizado desde o início das manifestações para atuar nas delegacias e garantir os direitos dos manifestantes, "respeitando todos os princípios constitucionais, entre eles o direito à livre manifestação, ao livre pensamento, à livre religião”.
O estudante de 15 anos disse que foi apreendido perto do Campo de Santana porque estava com a camisa sobre o rosto. "O policial falou: 'tira a máscara', mas achei que ele estava se dirigindo à minha amiga, que estava de máscara mesmo. Quando ele falou de novo e vi que estava se aproximando, eu tirei [a camisa do rosto], mas aí ele já me trouxe para cá. Não fiz nada e o policial estava visivelmente alterado".
O pai do menor, Marcelo Cabral, metalúrgico, que foi buscar o filho na delegacia, apoia as manifestações. "Ele me ligou relatando o ocorrido. Acho que tudo é válido, desde que não haja violência, acho que passou até da hora de o povo acordar para tanta atrocidade que ocorre. O mais novo exemplo agora é um deputado presidiário, é o cúmulo né?". O pai disse que não houve problemas na delegacia e que o filho foi bem tratado.
Edição: Talita Cavalcante
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