Carolina Sarres
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Integrantes de movimentos populares fecharam os quatro principais acessos a Brasília na manhã de hoje (6) e complicam o trânsito da capital. Os protestos, que estão sendo feitos no Entorno do Distrito Federal (DF), são uma prévia de amanhã (7), quando Brasília deverá receber cerca 50 mil manifestantes que vão aproveitar as comemorações do 7 de Setembro para apresentar reivindicações.
Os pontos com o trânsito impedido são a Estrada Parque Taguatinga (EPTG); a Via Estrutural; a BR-020, que dá acesso a Planaltina; e a BR-001, com acesso a Brazlândia. De acordo com a Polícia Militar (PM) do DF, agentes já estão nos locais de bloqueio liberando o tráfego de veículos. A expectativa é a de que o fluxo volte ao normal em pouco tempo.
Segundo a Organização de Comunicação Universitária Popular (Ocup), o protesto tem a participação de entidades como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o Coletivo Luta Vermelha, o Movimento Honestinas, Brasil e Desenvolvimento, o Movimento contra o Aterro Sanitário de Samambaia e a Assembleia dos Povos. De acordo com a assessoria de imprensa da Ocup, os protestos estão previstos para terminar no final da manhã.
A estimativa da organização é a de que haja cerca de 300 pessoas em cada um dos pontos de bloqueio, nos quais estão sendo queimados galhos e pneus. A PM informou à Agência Brasil que, na EPTG, participam dos protestos cerca de 70 pessoas; na Via Estrutural, 50 pessoas; na BR-020, 60 pessoas; e na BR-001, 60 pessoas.
A pauta de reivindicações do grupo inclui construção de moradias, auditoria completa e com participação popular na Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), transporte público, fim da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis), desmilitarização da PM e contra a criação do aterro sanitário de Samambaia.
"No Distrito Federal, são 300 mil famílias na lista de espera do Programa Morar Bem. Enquanto isso, a Terracap prossegue abrindo leilões: 700 lotes vendidos para especulação imobiliária, sendo áreas destinadas à construção de prédios de grande porte. À margem do que é vendido como desenvolvimento regional, famílias continuam sem habitação digna e de qualidade", informou, em nota, a organização do movimento.
Outro alvo de reclamações dos manifestantes é a prioridade governamental para os gastos em obras para a Copa do Mundo, em detrimento dos investimentos públicos em transporte, saúde e educação.
Edição: Davi Oliveira // Atualizada às 16h25
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