Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse hoje (4) que seu governo não vai entregar Edward Snowden aos Estados Unidos. O ex-funcionário de uma empresa que prestava serviços à norte-americana NSA, Agência Nacional de Segurança, denunciou um esquema de espionagem do governo de Barack Obama a vários países.
A declaração ocorre no momento da 8ª Cúpula do G20, encontro que reúne os líderes das maiores economias mundiais, em São Petersburgo, na Rússia, e que vai contar com a presença dos presidentes Obama e Putin. O chefe de Estado russo reconheceu que o governo dos Estados Unidos têm o direito de exigir a extradição, mas reiterou que seu país não vai entregar Snowden.
"Por vezes pensei que ele [Snowden] era um rapaz estranho. Não imagino que ideia faz de si esse jovem de 30 e poucos anos. Como tenciona organizar a sua vida futura? Ele se condenou a ter uma vida bastante complicada. Não imagino o que vai fazer. Mas já está claro que não o entregaremos. Ele [Snowden] pode se sentir seguro aqui", disse Putin.
Em seguida, o presidente russo acrescentou que: "Talvez dentro de algum tempo a própria América [Estados Unidos] compreenderá que não se trata de um traidor e espião, mas de uma pessoa com convicções definidas, que podem ser avaliadas de forma diferente.”
Putin revelou hoje, pela primeira vez, trechos das conversas entre Snowden e as autoridades russas: "Se ele quer ficar no nosso país? Nesse caso deve pôr fim a qualquer atividade que destrua as relações russo-americanas. Ele respondeu: Não. Luto pelos direitos humanos e eu apelo que lutem comigo. Eu disse: 'Nós não vamos lutar com ele, que lute sozinho'", disse.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa
Edição: Denise Griesinger