Danilo Macedo e Renata Giraldi
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - A presidenta Dilma Rousseff terá reuniões bilaterais amanhã (5) de manhã antes da abertura oficial da 8ª Cúpula do G20, grupo de países que reúne as maiores economias mundiais, em São Petersburgo, na Rússia. O encontro ocorrerá às 9h40 do horário local (16h40 em Brasília), com o presidente da China, Xi Jinping. Ela conversa também com o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, às 11h do horário local. Ainda deverá se agendado um encontro com o representante da Coreia do Sul.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil. Em 2012, a China foi o principal exportador de produtos para o país, somando US$ 34,2 bilhões, e também o principal comprador de produtos brasileiros, alcançando US$ 41,2 bilhões. O alto crescimento econômico chinês é considerado um dos responsáveis por evitar a recessão em alguns países, como o Brasil.
Além da importância comercial, o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) deve ser tema da conversa entre os chefes de Estado. A China é membro permanente do Conselho e o Brasil defende uma reforma no órgão. Criado em 1945, a organização tem o formato do pós-guerra e não reflete o equilíbrio de forças do mundo atual. Para ampliar a discussão, o Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, abriu, inclusive o debate ao público lançando um site sobre o tema.
O Conselho de Segurança se destina a garantir a manutenção da paz e é o único órgão do sistema internacional capaz de adotar decisões obrigatórias para todos os Estados que são membros da ONU, podendo, inclusive, autorizar intervenção militar para garantir a execução de suas resoluções. Dos 15 países do conselho, cinco são membros permanentes – Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China – e dez são rotativos, ficando dois anos no órgão e sendo substituídos. O voto negativo de apenas um membro permanente configura veto a uma eventual resolução do conselho.
Dentro da abrangência do Conselho de Segurança da ONU, um importante tema deve ser discutido na cúpula do G20: uma possível invasão à Síria. No sábado passado (31), o presidente norte-americano, Barack Obama, informou que os Estados Unidos estão prontos para atacar o país. Ele disse, no entanto, que aguardará o apoio do Congresso para iniciar a ação militar.
Dilma também deve falar com Xi Jinping sobre as denúncias de espionagem de agências norte-americanas a diversos países, envolvendo, inclusive, o acesso a dados particulares dela e de seus assessores. O governo brasileiro cobrou esclarecimentos formais e por escrito do governo norte-americano e classificou a violação de “inconcebível e inaceitável”. Ontem (3), o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse que todas as explicações dadas, desde o início dos episódios, revelaram-se falsas.
A reunião dos dois presidentes será fechada e o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, dará entrevista coletiva após o encontro para falar o que foi tratado. Hoje, sem compromissos oficiais, a presidenta Dilma recebeu o ministro Figueiredo e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que só desembarcou esta tarde em Rússia.
A agenda oficial da cúpula do G20 começa amanhã às 16h, no horário local. Antes, às 14h, a presidenta se encontra com os presidentes do Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. À noite, o presidente russo, Vladmir Putin, dará um jantar aos chefes de Estado. No dia seguinte a programação da cúpula segue durante todo o dia, mas Dilma retorna ao Brasil logo após a foto oficial, marcada para as 13h45, para chegar a tempo das festividades do 7 de Setembro, Dia da Independência.
Edição: Talita Cavalcante//Matéria alterada às 7h28 de quinta-feira (5) para corrigir informação de que a presidenta Dilma conversa com o chefe de Governo (primeiro-ministro) do Japão e não com o chefe de Estado, como estava escrito anteriormente. O país é uma monarquia parlamentarista e não tem chefe de Estado. O título também precisou ser alterado.
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir o material é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil