Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ex-embaixador do Brasil na Bolívia Marcel Fortuna Biato e o ex-encarregado de Negócios no país Eduardo Paes Saboia, foram retirados dos postos por determinação do Ministério das Relações Exteriores. O Diário Oficial da União, em sua edição de hoje (29), seção 2, publica a portaria. A remoção dos diplomatas ocorre no momento em que há uma crise causada pela retirada do senador boliviano Roger Pinto Molina de La Paz (a capital).
O novo ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, disse ontem (28) que Marcel Biato vai trabalhar no Brasil, mas não informou em que função. Anteontem (27), a Presidência da República retirou a indicação de Biato para ser o novo embaixador do Brasil na Suécia.
Saboia está afastado das funções diplomáticas enquanto é alvo de investigações pela comissão de sindicância, formada por um auditor fiscal e dois embaixadores, que apuram sua atuação no caso de Pinto Molina.
A crise causada pela retirada de Pinto Molina da Bolívia, provocada pela decisão de Saboia de coordenar a saída do boliviano da embaixada brasileira, onde ficou por quase 15 meses, gerou a substituição do ex-chanceler Antonio Patriota por Figueiredo. Para setores do governo, a iniciativa de Saboia indicou quebra de hierarquia e desrespeito às instâncias superiores do Itamaraty.
Porém, Saboia disse ter tomado a iniciativa porque o quadro se agravava com o fato de o senador boliviano estar deprimido e indicar que pretendia se suicidar. O diplomata disse que tomou a decisão por razões humanitárias.
Saboia pode ser alvo de uma série de punições que podem ir de uma simples advertência oral, passando por uma escrita, suspensão temporária e até exoneração da carreira. Com mais de 20 anos de carreira, o diplomata é elogiado por superiores e colegas, como um profissional sério, dedicado e disciplinado. Nos últimos meses, ele se queixava da tensão causada pela indefinição sobre Molina.
Edição: Graça Adjuto
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