Vinícius Lisboa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) tem 40 dias para concluir o trabalho de retirada das carcaças de navios e barcos abandonadas no Canal de São Lourenço, em Niterói. Coordenado pelo Inea, o trabalho respeita o prazo estipulado pelo leilão que vendeu as carcaças e tem sido executado por estaleiros da região, para desobstruir o espaço, melhorando as condições da indústria naval e da pesca na costa do município.
Em oito meses, 20 carcaças foram retiradas e 33 terão que sair para a dragagem do canal, que também será usado por pescadores depois da inauguração do Centro Integrado de Pesca Artesanal (Cipar), em outubro. O Cipar abriga a Superintendência Regional do Ministério da Pesca no Rio e a Subsecretaria de Pesca de Niterói, mas depende da limpeza do canal e da retirada das carcaças para atender aos pescadores da região.
O trabalho começou em novembro do ano passado, quando o ministro da Pesca, Marcelo Crivella, e o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, visitaram o Cipar. De volta ao local, Minc afirmou que ação está inserida no compromisso de reduzir em 80% a poluição da Baía de Guanabara até 2016: "A Baía de Guanabara é prioridade e esse é um ponto na recuperação dela. Esse lodo está contaminado, esses navios contêm óleo e alguns guardam até coisas do tráfico".
As carcaças foram leiloadas depois que a Capitania dos Portos convocou os proprietários a se apresentarem, e eles não apareceram. Os materiais retirados serão reaproveitados e as carcaças de ferro, enviadas a siderúrgicas e sucatarias. Outro leilão vai oferecer 11 carcaças à iniciativa privada após o fim do trabalho no Canal de São Lourenço.
O projeto de dragagem deve ser licitado pelo Ministério da Pesca assim que o termo de referência para o processo ficar pronto. O secretário pediu que autoridades do governo federal, do Inea e da prefeitura de Niterói se reúnam na semana que vem para começar a preparação do termo, para que esteja disponível quando for concluída a retirada dos barcos.
O Ministério da Pesca fará o maior investimento na dragagem, cerca de R$ 12 milhões. O governo do estado vai arcar com R$ 3 milhões. A estimativa da Secretaria Estadual do Ambiente é que 100 mil metros cúbicos de sedimentos sejam retirados do local, quantidade 50 vezes menor do que a retirada durante três anos de dragagem do Canal do Cunha, no Rio.
O secretário anunciou ainda que a Baía de Guanabara deve receber, em breve, cinco barcos para a coleta de lixo flutuante. Uma unidade de tratamento de rios no Rio Irajá também vai ser inaugurada para minimizar o impacto da falta de saneamento sobre a baía, problema que Minc considerou o maior desafio no compromisso de despoluição.
Edição: Denise Griesinger
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