Museu da Imagem e do Som grava depoimento do radialista e pesquisador da MPB Osmar Frazão

20/08/2013 - 20h06

Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A série Depoimentos para a Posteridade, do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro (MIS) receberá amanhã (21) o radialista, jornalista e pesquisador da música brasileira Osmar Frazão. A partir das 13h30, o pesquisador, que apresenta o programa Histórias do Frazão, na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, prestará depoimento aos jornalistas Dagoberto Souto Maior e Dirley Fernandes, ao radialista Hilton Abi-Rihan e ao compositor João Roberto Kelly. O evento é gratuito e aberto ao público.

Há mais de 50 anos dedicado às pesquisas sobre a música popular, Osmar Frazão atuou nos anos 1960, na extinta TV Tupi, como jurado do programa do apresentador Flavio Cavalcanti, que o chamava de Enciclopédia da MPB. O radialista é detentor de um rico acervo particular de fotos raras de cantores e artistas da chamada “era de ouro” do rádio brasileiro, além de entrevistas exclusivas, partituras e documentos do período.

Na década de 1990, Frazão criou o Grande Baile da Cinelândia, no qual se apresentavam gratuitamente, durante os quatro dias de carnaval, diversos cantores da MPB. Na mesma década, paralelamente aos programas que apresentava na Rádio Nacional, exerceu a gerência da emissora.

Surgido em 1966, um ano após a criação do MIS, Depoimentos para a Posteridade é um programa de história oral concebido para preservar a memória de diversos setores da cultura brasileira. Desde a criação, foram mais de mil depoimentos de personalidades notáveis da música, literatura, do cinema, teatro, das artes plásticas, da arquitetura, do jornalismo e esporte.

Inicialmente registrados apenas em áudio, atualmente os depoimentos são gravados e filmados com tecnologia digital e passam a integrar o acervo do museu. De acordo com João Pimentel, assessor de Relações Institucionais do MIS, nos últimos anos a série tem uma periodicidade mensal de depoimentos, com uma lista de personalidades sugerida pela equipe do museu.

“A tendência é sempre optar pelo ineditismo, mas há também a intenção de retomar depoimentos de personalidades ouvidas décadas atrás, nos primeiros anos da série”, disse Pimentel. “Na década de 1960, por exemplo, tivemos depoimentos de grande importância, como os de Tom Jobim e de Vinicius de Moraes, que infelizmente não chegaram a ser retomados”, lembrou. [Vinicius morreu em 1980 e Tom em 1994].

Depois de Osmar Frazão, os próximos a serem entrevistados na série serão a cantora Nana Caymmi, no dia 25 de setembro, e a atriz Fernanda Montenegro, em 30 de outubro.

 

Edição: Aécio Amado

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