Da Agência Lusa
 

Havana – As  Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) exigiram hoje (5) a reforma do sistema judicial colombiano e a criação de uma comissão de inquérito internacional sobre as origens do conflito armado. O fim do conflito entre o governo e o grupo guerrilheiro está sendo negociado na capital cubana.

“É preciso reformar a Justiça para que toda a estrutura judicial obtenha a sua independência orgânica”, diz comunicado das Farc, lido por um dos representantes do grupo, Paulo Catatumbo, na retomada das conversações, no Palácio das Convenções de Havana, onde as conversações foram iniciadas em novembro de 2012.

O sistema judicial colombiano foi “politizado pelo Executivo” e “a responsabilidade do Estado no conflito armado desqualificou-o cada dia mais”, destaca a mensagem das Farc. O grupo propõe também reparação para as vítimas do conflito, a criação de uma comissão internacional para investigar sobre as origens do impasse. O conflito entre o governo e as Farc tem quase meio século e é o mais antigo da América Latina.

De acordo com Catatumbo, para obter maior rigor histórico, é preciso tomar como parte fundamental da pesquisa histórica os arquivos dos serviços secretos, da polícia e do Exército e de outros organismos secretos de informação, bem como os relatórios dos conselhos de ministros.

O governo colombiano e a guerrilha concluíram em maio um acordo sobre o primeiro e mais importante ponto das negociações, o desenvolvimento rural, e agora discutem o segundo, a participação futura da guerrilha na vida política colombiana.

Os outros pontos das negociações dizem respeito ao tráfico de drogas, ao fim das operações armadas e às indenizações às vítimas do conflito.