Alex Rodrigues
Repórter Agência Brasil
Brasília – O ingresso do Brasil no mercado de imóveis internacionais gera grandes oportunidades de negócios para os profissionais brasileiros do setor, principalmente corretores. Para assessorar os brasileiros interessados em investir no exterior ou aproveitar as vagas de trabalho criadas por empresas estrangeiras que vem se instalando no país, é preciso, contudo, que o interessado esteja apto a lidar com as diferenças legais e culturais, firmando parcerias com profissionais estrangeiros. Segundo o assessor de assuntos internacionais do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci), Francisco Pesserl, é fundamental que esses profissionais estejam capacitados.
“Precisamos pensar na preparação dos profissionais para que eles possam atender à demanda. Assim como os brasileiros estão investindo em outros países, comprando imóveis no exterior, há investidores estrangeiros investindo sistematicamente no Brasil”, disse Pesserl a Agência Brasil, ao comentar o fato do país ainda não ter dados confiáveis sobre quantos brasileiros tem casa própria em outros países e quanto de dinheiro já foi enviado ao exterior para a aquisição de imóveis.
Segundo Pesserl, as entidades profissionais brasileiras, como o Cofeci e os conselhos regionais de corretores de imóveis (Crecis), tem firmado convênios de cooperação e troca de informações com órgãos internacionais como, por exemplo, a norte-americana National Association of Realtors (NAR), maior associação de corretores de imóveis do mundo. Segundo Heitor Kuser, presidente do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Econômico e Social, que coordena o projeto de credenciamento de membros internacionais ao NAR, o Brasil já é o país com o maior número de corretores credenciados à associação dos Estados Unidos, com 1,1 mil inscritos que, na condição de membros internacionais, têm acesso direto a outros profissionais internacionais com quem podem trabalhar em conjunto.
“Convênios como esses vão nos permitir discutir como homologar um profissional estrangeiro aqui no país ou como obter o reconhecimento para um corretor brasileiro no exterior, para que ambos possam atuar como parceiros”, explicou Pesserl, acrescentando que o mercado exige desses profissionais domínio de outros idiomas e profundo conhecimento da legislação brasileira sobre investimentos estrangeiros e das leis de outros países.
“Estamos tentando aproximar os modelos de formação e preparação de corretores de imóveis de vários países para que todos tenham uma informação básica similar e para que, por meio do acesso a cursos de especialização, dominem idiomas, [e tenham conhecimentos] legais e culturais necessários para assessorar os investidores”, acrescentou Pesserl. Ele explicou que as iniciativas de capacitação promovidas pelo conselho ainda não funcionam “conforme o ritmo e a abrangência necessária”, mas que o Cofeci já tem convênios com os Estados Unidos, com a Europa e com a Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa (Cimlop).
Também com o objetivo de capacitar os profissionais brasileiros para as oportunidades de negócios esperadas a partir dos grandes eventos esportivos, o Brasil sediará o sistema Cofeci-Creci que acontecerá entre os dias 16 e 18 de agosto, em Foz do Iguaçu (PR), o 2º Congresso Internacional do Mercado Imobiliário (Cimi) e o 5º Encontro Brasileiro de Corretores de Imóveis (Enbraci).
Segundo os organizadores dos eventos, o Cimi deverá reunir as principais lideranças do setor imobiliário do Brasil e de outros países, contando, inclusive, com uma reunião da Confederação Imobiliária Latino-Americana (Cila) e de delegações da Comunidade Imobiliária dos Países de Língua Portuguesa, América do Sul e América Latina.
Edição: Marcos Chagas
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