Da Agência Brasil*
Brasília - O descarrilamento de trem em Santiago de Compostela, na Galícia (Espanha), que matou 80 pessoas, é o pior do país em quase 70 anos. O desastre está mobilizando a população espanhola. O governo da Espanha decretou três dias de luto nacional. O país e o mundo manifestam pesar e aguardam conclusões sobre as causas do acidente.
O acidente ocorreu quarta-feira (24) às 20h45 (horário local) quando o trem de alta velocidade, que fazia a ligação entre Madri e Ferrol, com quase 250 passageiros, descarrilou a três quilômetros de Santiago de Compostela.
Durante a noite, os serviços de assistência transferiram 178 feridos para diferentes hospitais. Noventa e cinco pessoas continuam internadas. Mais de 30 adultos e quatro crianças estão em estado crítico.
No local, visitado hoje (25) pelo primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, prosseguem as operações de remoção dos destroços.
A ferroviária estatal Renfe disse ser muito cedo para determinar as causas do acidente, mas a imprensa diz que a velocidade pode ter contribuído para o desastre. O próprio maquinista admitiu que viajava a 190 quilômetros por hora (km/h) numa zona limitada a 80 km/h.
A caixa-preta, essencial para entender as causas de desastre, já foi entregue ao juiz encarregado de investigar o caso.
O primeiro-ministro Mariano Rajoy, natural de Santiago de Compostela, anunciou que serão realizadas duas investigações: uma judicial e outra de responsabilidade da Comissão de Investigação aos Acidentes Ferroviários do Ministério dos Transportes.
O acidente levou a cidade de Santiago de Compostela a cancelar os concertos e espetáculos de fogos de artifício previstos para hoje, dia das festas em homenagem ao santo padroeiro da cidade.
O rei Juan Carlos e o príncipe Felipe também cancelaram todos os compromissos públicos em respeito às vítimas. Em comunicado publicado no site da Casa Real, o monarca manifestou “dor e tristeza” perante o desastre e transmitiu “um profundo carinho e solidariedade” pelos familiares das vítimas.
A Casa Real anunciou que os reis se deslocam ainda hoje a Santiago de Compostela para visitar os parentes das vítimas e os feridos que continuam hospitalizados.
De todo o mundo chegaram mensagens de condolências, como a do presidente de Portugal, Cavaco Silva, e a do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso. Rússia, Israel, Itália e Holanda, França, Reino Unido, Bélgica, Alemanha e México foram outros países que se manifestaram em nível governamental.
O papa Francisco, que se encontra no Brasil, disse estar profundamente tocado pelo acidente, uniu-se à dor das famílias das vítimas e dos feridos e apelou à oração.
*Com informações da Agência Lusa e da RTVE
Edição: José Romildo
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