Marli Moreira
Enviada especial da Agência Brasil/EBC
Aparecida (SP) – O papa Francisco decolou de helicóptero por volta das 15h45 do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida em direção à base da Força Aérea Brasileira (FAB) de São José dos Campos, onde pega um avião em direção ao Rio de Janeiro. Antes de embarcar, o pontífice desfilou mais uma vez de papamóvel pela cidade. Durante o trajeto, ele desceu do carro e cumprimentou algumas pessoas que estavam nas ruas. Na capital carioca, o papa participa de uma visita ao Hospital São Francisco da Providência de Deus, às 18h30.
Muitos católicos ficaram emocionados ao ficarem bem próximo do pontífice na manhã de hoje (24). Foi o caso dos 12 mil fiéis que conseguiram chegar à cidade com bastante antecedência e, após ficar em fila desde ontem, garantir o direito de acompanhar a missa no interior da basílica. Do lado de fora, o restante da fila que não coube na igreja pode, igualmente, ver o papa de perto, a uma distância de cerca de 15 metros, nos lugares mais à frente da Tribuna Bento XVI. Nesse espaço, foram colocadas cadeiras em área isolada para 6,5 mil pessoas com acesso obtido por ordem de chegada. No local, o pontífice abençoou os fiéis e um dos devotos conseguiu furar o bloqueio de segurança e aproximar um bebê que também recebeu a bênção papal.
Demonstrando encantamento, os peregrinos agitavam bandeirinhas brancas e ovacionaram o santo padre, tanto na chegada quanto na saída. Esse carinho foi retribuído com a simpatia do papa que não se cansou de acenar a todos do papamóvel no percurso da igreja até o seminário. Quase três dezenas de veículos e motocicletas, incluindo a segurança do Vaticano, seguiram em comboio atrás do papamóvel.
A tarefa de alguns seguranças, no entanto, exigiu um pouco mais de preparo físico já que eles tinham que correr em volta do papamóvel para dar proteção ao pontífice. Entre a multidão que começou a se dispersar assim que o santo padre encerrou a missa, estava a mãe e filha, Sônia Glória de Oliveira, 40 anos, e Sabrina Aparecida de Almeida, 15 anos. Elas saíram de carro ontem (23) de Suzano no interior paulista, e chegaram ao santuário às 4h da madrugada de hoje.
Sônia disse que preferia vir de excursão, mas que na paróquia, próxima a casa dela, não foi organizada nenhuma vinda coletiva. A devota elogiou o teor da homilia, em que o papa alertou pais e educadores para despertar o sentimento solidário nos jovens, aproximando-os da fé. " A gente fica triste com algumas situações que percebe no país, mas essa mensagem é fundamental para que haja mudança", disse.
A filha contou que, em decorrência da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), muitos colegas de escola passaram a se declarar católicos e a participar mais dos eventos promovidos pela Igreja. "Acho que isso pode libertar muitos jovens de vício, mas não só de problemas com droga. Tem muita gente que não sai de casa para ficar só na internet e deixam de se confraternizar", declarou.
Outra jovem, vinda de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, Mônica Santos, 15 anos, estudante do ensino médio disse que concorda com as palavras do papa e que espera mudança na sociedade "com mais igualdade entre ricos e pobres".
Mas nem todos estavam plenamente satisfeitos. Foram várias reclamações sobre a dificuldade de acesso pelas restrições da segurança e pela falta de informação. Algumas pessoas procuravam saber onde poderiam utilizar um banheiro, depois de viajar durante muitas horas em ônibus de excursões. Alguns peregrinos também reclamaram da dificuldade em acompanhar a missa por telão.
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Edição: Denise Griesinger
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