Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Um mutirão formado por voluntários, inclusive peregrinos que estão no Brasil para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), começou hoje (18) a pintar oito casas e uma creche comunitária no Morro Santa Marta, em Botafogo, na zona sul da capital fluminense. A ação integra o projeto Tudo de Cor, que atua em todo o país restaurando moradias em comunidades pobres. A expectativa dos organizadores é permanecer dois anos no Santa Marta. Uma equipe fixa composta por dois pintores voluntários, que moram na região, e dois representantes do projeto atuam diariamente na comunidade e, uma vez por mês, são organizados os mutirões.
Para a coordenadora do projeto, Maria Eduarda Mattar, que há três anos planeja o mutirão no Santa Marta, explicou como é feito o trabalho na comunidade. "Nós pintamos apenas a parte externa da casa, que geralmente é a que fica por último no orçamento da obra do morador. Duas cores são utilizadas, o branco, fixo em todas, e uma segunda cor, que é escolhida pelo proprietário. Nossa ajuda não é apenas momentânea. Os moradores do projeto recebem um treinamento básico de pintura, no qual aprendem a fazer reparos. Criamos o Comitê da Comunidade a fim de estreitar as relações entre os representantes do projeto e a população para ouvir as necessidades dos moradores", disse.
A moradora Maria Raimunda, de 69 anos de idade, que mora há 48 anos no Santa Marta, começou ter a casa pintada hoje. "Fiquei dois meses na fila para alinhar a estrutura da casa com cimento. Ontem (17), o governo terminou o reboco para receber a tinta, e hoje mesmo os voluntários já estão aqui pintando minha casa. Tenho muito que agradecer. São obras caras, se não fosse pela ajuda deles continuariam incompletas", declarou.
Um grupo de 25 peregrinos jesuítas da Colômbia, dos Estados Unidos e da França, que estão no Brasil desde o dia 12 para participar da JMJ, trabalha hoje e amanhã na pintura das casas e da creche. O estudante francês Vicente Kieffer, de 25 anos, disse que ficou surpreendido com o clima da favela. "Na Europa, quando falamos em favelas cariocas, a primeira impressão que temos é de terror, perigo, pessoas maldosas, bandidagem, mas o que estou presenciando aqui é algo diferente. Os moradores são alegres e receptivos. É minha primeira vez no Brasil e estou muito empolgado em me aproximar dessa realidade social da comunidade e não visitar apenas pontos turísticos", disse.
Edição: Aécio Amado
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