Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A juíza Paula do Nascimento Barros Gonzalez Teles, da 1ª Vara Cível de Nova Friburgo, determinou que o teleférico da cidade continuará interditado até que laudos de engenheiros atestem a segurança do equipamento. A decisão foi anunciada hoje (17). Principal atração turística do município, o teleférico está fora de atividade desde a tragédia das chuvas que atingiu a região serrana do Rio de Janeiro em 2011. As chuvas do início daquele ano provocaram a morte de mais de 900 pessoas e deixaram milhares de desabrigados na região. O processo que apura irregularidades nas medidas de segurança do complexo, que inclui um hotel e um boliche, teve início naquele ano.
Pela decisão, a Empresa Friburguense Ltda, responsável pelo teleférico, tem de apresentar à Justiça, sem prazo determinado, laudos de profissionais de reconhecida especialidade em engenharias estrutural, elétrica, mecânica e mecânica de solos e de hidrologia, com anotação de responsabilidade técnica perante o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) do Rio de Janeiro.
Segundo o subsecretário da Defesa Civil de Nova Friburgo, Robson Teixeira, no início deste mês, foi feito um teste de carga, no qual sacos de areia, pesando 150 quilos, foram colocados, durante 24 horas, nas 22 cadeiras do equipamento. "O teleférico ficou funcionando com esse peso o dia inteiro e nenhum problema foi encontrado. Nosso laudo não foi contra a continuidade da atividade", disse Teixeira.
De acordo com a juíza, o teleférico só voltará a funcionar se for comprovada a plena segurança de toda a área, já que esta é a expectativa da população friburguense. "Desinterditar o teleférico significa dizer à população que o equipamento é seguro, e não é isso que o laudo pericial afirma. O documento atesta a segurança do complexo, desde que realizados as manutenções e reparos. E é isso que estamos propondo: a execução dos reparos apontados para tornar novamente possível a atividade na área."
Segundo o laudo pericial, o hotel e as demais instalações do teleférico não se encontram em área de preservação permanente e o terreno onde fica o complexo está seguro do ponto de vista geotécnico. Conforme o laudo, a interdição não será mais necessária, desde que a reabertura seja condicionada a uma análise criteriosa, por profissional de reconhecida competência, das condições das torres das linhas do teleférico. A perícia apontou também problemas de drenagem que exigem tratamento adequado.
O proprietário do complexo, Rodolfo Acri, informou que estão sendo tomadas as medidas necessárias para reconhecimento da segurança da área e para que o teleférico volte a funcionar. “Desde a tragédia de 2011, alegam falta de segurança do complexo. Inúmeras exigências foram feitas desde o início do processo, e em todas providenciei reparos. Espero que esta seja a última", disse Acri.
De acordo com Acri, o teleférico recebia cerca de 3 mil pessoas por dia nos fins de semana. "Alegaram que as torres que sustentam o equipamento estão comprometidas, mas apenas uma foi atingida na tragédia e devidamente substituída. Já fiz o pedido dos laudos aos engenheiros. Minha expectativa é ter, até a próxima sexta-feira (26), os resultados em mãos e dar entrada no pedido de reabertura”, concluiu.
Edição: Nádia Franco
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