Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A presidenta Dilma Rousseff anunciou hoje (17) que está convocando uma “ampla” reunião com gestores públicos de todo o país e profissionais da área de transportes para discutir a planilha de cálculo das tarifas de transporte público. Segundo Dilma, estão sendo chamados prefeitos, governadores, movimentos sociais, o Fórum Nacional de Secretários de Transporte, setores da academia, prestadores de serviço de transporte e trabalhadores do setor.
“A maioria dos municípios usa hoje, em 2013, a metodologia desenvolvida pelo Geipot [Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes, já extinta] em 1984 e atualizada em 1993. Portanto, 20 anos atrás”, disse a presidenta durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), no Palácio Itamaraty.
Durante o evento, Dilma disse que o país é pobre em investimentos em mobilidade urbana, com um espaço “extremamente desigual” e o trânsito afetando toda a população. “Esse processo de alimentar a desigualdade e não dar soluções a ela acaba atingindo toda a população, mesmo aqueles que têm uma renda maior, porque são impactados por um trânsito absurdo e infernal”.
A presidenta lembrou que foi o “transporte de má qualidade, extremamente apertado, como sardinha, e com uma freqüência não tão adequada em várias partes do nosso país” que desencadeou as manifestações que tomaram as cidades de todo o país durante o mês de junho. Ela ressaltou que a questão é muito importante.
Entre as ações do governo para tentar melhorar a área depois da movimentação popular, Dilma citou o anúncio, feito em junho, de R$ 50 bilhões para obras de infraestrutura urbana e o início do diálogo com governadores, na semana passada, para selecionar novos projetos a serem implementados no setor de transportes.
Dilma também criticou a histórica falta de investimentos em metrô, nas grandes cidades, considerado muito caro no passado e desconsiderado por muitos gestores. “Agora, como ter uma cidade com 20 milhões de habitantes sem transporte subterrâneo? Como é possível sem que isso leve a uma desarticulação integral da cidade?”, indagou ao dar o exemplo de São Paulo.
Para evitar prejuízos maiores no futuro, a presidenta destacou a importância das cidades médias se planejarem para evitar os problemas das grandes metrópoles. “Em especial, temos condição de salvar as cidades médias, que crescem de forma celerada e que ainda podem ter um processo de planejamento anterior ao caos. Porque nas cidades grandes são necessários, agora, dois processos: um emergencial, para conter o caos, e outro de planejamento, para estruturar uma cidade de forma adequada”.
Edição: Fernando Fraga
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