Manifestantes fecham Avenida Paulista nos dois sentidos

11/07/2013 - 15h06

Flávia Albuquerque e Camila Maciel
Repórteres da Agência Brasil
 

São Paulo – Cerca de 4 mil pessoas, segundo cálculo da Polícia Militar, bloqueiam nesta tarde os dois sentidos da Avenida Paulista, na altura do Museu de Arte de São Paulo (Masp), local em que centrais sindicais realizam ato unificado do Dia Nacional de Luta. O protesto reúne as mais diferentes categorias, como bancários, metalúrgicos, professores, químicos, guardas municipais e motoboys.

A pauta única das centrais sindicais levada hoje (11) às ruas inclui a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salários; o combate à terceirização; o fim do fator previdenciário; a destinação de 10% do PIB para a educação; a aplicação de 10% do Orçamento da União na área de saúde; o transporte público de qualidade; a valorização das aposentadorias; a aceleração da reforma agrária e a suspensão dos leilões de petróleo.

Segundo o diretor do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, Douglas Mastins Izzo, os docentes, além de "abraçar" a pauta única das centrais, esperam que o governo estadual cumpra a Lei 11.378, que estabelece o cumprimento de 33% da jornada do professor fora da sala de aula.

“Essa lei foi aprovada pelo Congresso Nacional e o governo estadual insiste em não aplicá-la. A lei garante que o professor ganhe salário quando trabalha extraclasse preparando aula, corrigindo prova, ou investindo em sua formação”, disse Izzo.

Presente à manifestação, o secretário de Relações Institucionais do Sindiguarda-SP, Oldimar Sergio Alves dos Santos, ressaltou que os guardas civis municipais defendem a aprovação do Projeto de Lei 1.332, que regulamenta a atuação da corporação em todo o país. “Isso vai acabar com o conflito entre a Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal, quando as funções da segunda são passadas para a primeira . Com a aprovação da lei, o prefeito do município terá de segui-la, ratificando nossas funções”, afirmou.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores em São Paulo (CUT-SP), Adi dos Santos, disse que a categoria luta especificamente para que o Projeto de Lei 4.330, que terceiriza o serviço em vários setores da metalurgia não seja aprovado. “Se for aprovado, esse projeto de lei acabará com vários benefícios conquistados pelos trabalhadores. Pode gerar o fim da carteira profissional, porque as empresas poderão transformar os celetistas em pessoas jurídicas, o que precarizará a vida dos trabalhadores.”

Santos considera positiva a mobilização desta quinta-feira, com a adesão de trabalhadores das principais capitais do país ao chamado das centrais sindicais. “Não chamamos uma greve geral, mas, sim, um dia de mobilizações e paralisações, e isso pode ocorrer de diversas formas. Esta é uma expressão da força do movimento sindical”, ressaltou Santos, que não soube informar quantas categorias aderiram ao Dia Nacional de Luta. Segundo ele, uma reunião das centrais deverá apontar, posteriormente, a amplitude do ato.

A vice-presidenta da Força Sindical, Eunice Cabral, destacou que o cenário político é favorável para atender à pauta do movimento. “São questões que já estavam colocadas há um tempo e nunca foram atendidas, mas agora, com essa onda de mobilizações, a população expressou seu descontentamento com vários temas e os trabalhadores também precisam ser ouvidos.”

Eunice Cabral estima que 3 milhões de trabalhadores ligados à Força Sindical paralisaram as atividades hoje, em todo o país.

Edição: Nádia Franco//Matéria ampliada às 15h18

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