Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro da Defesa, Celso Amorim, admitiu hoje (10) que há "vulnerabilidade" no setor público brasileiro no que se refere à segurança cibernética. Amorim defendeu o esforço conjunto de várias áreas do governo e da sociedade civil para dar mais segurança à troca de informações no país. Segundo ele, até a comunicação entre autoridades públicas, como ministros e parlamentares, está ameaçada.
“A situação em que nos encontramos hoje realmente é de vulnerabilidade. A mera detecção de quem se comunica com quem já é uma informação de valor analítico para qualquer adversário que se tenha fora do país”, ressaltou Amorim. O ministro lembrou que, às vezes, a “simples troca de e-mails” entre dois senadores e dois ministros pode ser acessada por terceiros.
Para Amorim, a vulnerabilidade é causada pela falta de um sistema de segurança nos softwares usados pelas autoridades públicas e pelos servidores. Ele disse que, na maioria das vezes, os computadores são de fabricação estrangeira e que há casos em que as empresas fabricantes têm contratos para fornecer as informações existentes nos softwares aos países de origem. O ministro reforçou que é necessário um esforço conjunto em busca de soluções para a fragilidade existente.
Ao lado dos ministros Antonio Patriota, das Relações Exteriores, e José Elito, chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Celso Amorim participam de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado sobre as denúncias de espionagem de dados de cidadãos brasileiros por agências norte-americanas .
Com base em dados obtidos pelo consultor Edward Snowden, que trabalhava para uma prestadora de serviços à Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos, aos quais teve acesso, o jornal O Globo publicou reportagens segundo as quais há indicações de que cidadãos brasileiros foram monitorados.
As reportagens mostram ainda que havia uma espécie de escritório da NSA, em parceria com a CIA, a agência de inteligência americana, em Brasília. O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, negou a veracidade das informações, mas se comprometeu a investigar as denúncias.
Edição: Nádia Franco
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