Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Um dos mais importantes nomes da música brasileira, o cantor e compositor Gilberto Gil, ex-ministro da Cultura, faz, na noite de hoje (3), o show de abertura da 11ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). Concebido como um concerto de cordas, com arranjos intimistas, o show terá canções representativas dos 50 anos de carreira de Gil, além de releituras da obra de alguns de seus mestres musicais, como Dorival Caymmi, Tom Jobim e Jimmy Hendrix. Acompanham o compositor no show seu filho, Bem Gil, na guitarra, o violoncelista Jacques Morelembaum e o violinista Nicolas Krassik.
A participação de Gil na Flip, no entanto, não será apenas musical. Amanhã (4), às 14h30, ao lado da socióloga Marina de Mello e Souza, Gil será um dos debatedores na mesa literária Zé Kleber, sobre a criação e manutenção de políticas públicas para disseminação de programas culturais. Filha dos críticos literários Antonio Candido e Gilda de Mello e Souza, Marina é professora da Universidade de São Paulo (USP) e trabalhou muitos anos com cultura popular.
O grande homenageado da 11ª Flip é o escritor alagoano Graciliano Ramos (1892-1953). Romancista, jornalista e político, o autor de Vidas Secas, São Bernardo, Memórias do Cárcere e outras obras de forte conteúdo social é tema de três eventos na Festa Literária Internacional de Paraty. A conferência de abertura, nesta noite, na Tenda dos Autores, será feita pelo escritor amazonense Milton Hatoum, grande conhecedor da obra de Graciliano.
Na sexta-feira (5), às 10h, a relação entre as posições políticas de Graciliano, que foi militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), e sua produção literária serão objeto de discussão em outra mesa na Tenda dos Autores. O encontro reunirá o biógrafo do escritor, Denis de Moraes, o sociólogo Sergio Miceli e o brasilianista Randal Johnson. E, na Casa de Cultura de Paraty, a exposição Graciliano, a Ética da Escrita destacará, em fotos, filmes e depoimentos o rigor com que o escritor produzia seus trabalhos.
Até domingo (7), cerca de 200 eventos, entre mesas literárias, conferências, encontros com escritores, lançamento de livros, recitais de poesia e de música e outras atividades vão movimentar, mais uma vez, a histórica cidade de Paraty. A expectativa dos organizadores é que a Flip atraia um público de 20 mil a 25 mil pessoas, a capacidade máxima que a cidade comporta.
Com população de 33 mil habitantes, Paraty mantém, praticamente intactas, em seu núcleo central, as características coloniais que a tornaram atração para turistas nacionais e estrangeiros.
Edição: Nádia Franco
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