Carolina Sarres
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Manifestantes se reúnem na manhã de hoje (19) em Fortaleza para reivindicar direitos como saúde, educação e transportes, protestar contra os gastos com a Copa do Mundo e se solidarizar com outras manifestações que têm ocorrido em outros estados brasileiros nos últimos dias.
A seleção brasileira joga nesta tarde na capital cearense contra a seleção do México e a expectativa é de que os jogadores também se manifestem e fiquem de costas para o campo no momento de tocar o Hino Nacional.
O protesto em Fortaleza é chamado + Pão - Circo e foi organizado, principalmente, via redes sociais. De acordo com a página do evento na rede Facebook, está confirmada a presença de 40 mil pessoas. De acordo com um dos organizadores da manifestação, o jornalista Livino Neto, 27 anos, não há como prever o quórum do protesto – que, além dos confirmados via internet, deve arregimentar mais pessoas ao longo do trajeto.
O grupo de manifestantes vai ficar concentrado até o meio-dia em um local próximo ao Estádio Castelão, destino final do protesto. Segundo a organização do + Pão - Circo, a mobilização deve ser pacífica.
“Existe um gasto absurdo com a Copa do Mundo. Aqui no Ceará, só o Castelão custou R$ 500 milhões. Outro problema são as ameaças de remoção em função das obras para a competição. Em Fortaleza temos um déficit habitacional de pelo menos 70 mil unidades habitacionais. Dez mil famílias podem ser deslocadas por isso. Em vez de fazer [moradia] para quem não tem, você afasta ainda mais as pessoas”, explicou, sobre as principais motivações do protesto.
Outras reclamações do movimento são a falta de uma política voltada à região do semiárido, além da falta de transparência por parte dos governos em relação aos gastos com as obras para a Copa, o que, segundo ele, dificulta que se façam debates mais amplo em torno do tema.
“A gente está em um momento muito especial no país como um todo, momento de resistência, em que as pessoas estão indo às ruas reivindicar o que é seu por direito. Acredito que, a partir daí, haja uma nova realidade de mobilização e de capacidade de organização para reivindicar direitos em um outro nível”, disse Neto.
Edição: Denise Griesinger
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