Mariana Tokarnia
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O curso de medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF) foi o mais procurado no Sistema de Seleção Unificado (Sisu) do segundo semestre deste ano – ao todo, foram 15.504 inscritos para 90 vagas. O curso ocupou oito posições dos dez cursos mais procurados. Direito, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com 9.089 inscritos para 180 vagas, ficou com a sétima posição. A décima coube ao curso de engenharia civil no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, com 6.634 candidatos para 30 vagas. O balanço foi divulgado hoje (17) pelo Ministério da Educação (MEC).
O Sisu foi desenvolvido pelo MEC para usar a nota obtida pelo estudante no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para selecionar os interessados em estudar em instituições públicas de ensino superior. Nesta edição do Sisu, 788.819 inscreveram-se para 39.724 vagas em 54 instituições públicas de ensino superior. Em média, quase 20 estudantes concorrem a uma vaga.
Como cada estudante pode inscrever-se em até duas opções de curso, as inscrições totalizaram 1.527.444. As regiões que receberam o maior volume de inscrições foram o Nordeste, com 653.363, o que corresponde a 42,7% do total, e o Sudeste, com 628.739, o equivalente a 41,2%.
As universidades com maior número de candidatos foram a UFRJ, com 124.778 pretendentes a 3.669 vagas, seguida pela UFF, com 119.283 estudantes para 4.303 vagas e a Universidade Federal do Piuaí, com 109.503 inscritos para 2.424 vagas.
A maior disputa foi registrada em administração na Universidade do Estado da Bahia, que ofereceu seis vagas e teve 6.167 inscritos, com 1.027,8 candidatos por vaga. A segunda posição foi para outro curso de administração, o do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, com 760,9 candidatos por vaga (oito vagas para 6.087 inscritos. Em terceiro lugar, veio o curso de direito da Universidade do Estado da Bahia, com seis vagas para 4.274 inscritos, 712,3 candidatos por vaga.
Diante do grande número de estudantes que não conseguirão vagas pelo Sisu – 95% dos inscritos não terão espaço nas instituições públicas neste semestre – o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, reconheceu: "A demanda por acesso é muito maior do que nossa capacidade de atender ao crescimento da procura."
Mercadante disse que a solução a curto prazo é a educação a distância – ele informou hoje que o governo vai criar a Universidade Federal da Educação a Distância, que oferecerá licenciatura e bacharelado em cursos como direito, biblioteconomia e alguns ramos da engenharia. A norma que criará a instituição deverá ser encaminhada ao Congresso Nacional em agosto deste ano.
Outra forma de ter acesso ao curso superior, ressaltou o ministro, é por meio de programas como o Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). O primeiro oferece bolsas em instituições particulares de ensino superior e, o segundo, financiamento com baixas taxas de juros para estudantes de instituições privadas. O ProUni do segundo semestre deste ano oferecerá 90 mil bolsas de estudo.
Edição: Nádia Franco
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