Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O esquema de segurança para o jogo de hoje (16) no Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, entre o México e a Itália, não sofrerá modificações para prevenir possíveis protestos, como o ocorrido ontem (15) em Brasília. O diretor de Comunicação do Comitê Organizador Local (COL) da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Saint-Claire Milesi, ressaltou que a entidade reconhece a legitimidade das manifestações, mas que a segurança no perímetro cabe às forças policiais.
“Na questão dos protestos, a gente reconhece o direito a manifestações. Isso é comum, é esperado, está dentro do planejamento operacional. É um assunto que a Fifa monitora, porque estamos preocupados caso tenha algum impacto em nossa operação dentro do estádio e na chegada do torcedor. É uma questão para as autoridades públicas locais, que trabalham em conjunto com a gente nesse plano de segurança. Nós temos toda a confiança em que eles estão tomando as medidas necessárias e cabíveis para que não tenha impacto para o torcedor e nem para a operação. No caso do Maracanã, o perímetro já está estabelecido e continuará o mesmo”, frisou Saint-Claire, em entrevista de manhã.
Entre os presentes à coletiva, estava o ex-jogador Cafu, capitão da seleção brasileira na conquista do pentacampeonato em 2002, disputado no Japão e na Coreia. Ele comentou as vaias ao presidente da Fifa, Joseph Blatter, e à presidenta Dilma Rousseff antes da partida entre o Brasil e o Japão, na tarde de ontem em Brasília.
“Ela é a presidenta do Brasil, a autoridade máxima do nosso país, uma pessoa que, sem sombra de dúvida, impõe respeito onde quer que vá. Mas é o povo brasileiro e você não pode conter todo mundo. Foi uma situação ruim e desagradável. Isso, mundialmente, não repercutiu bem, mas é a voz do povo, a gente tem que respeitar o direito de todo mundo, de manifestação e contestação. Mas acho que é preciso ter respeito, acima de tudo, para a nossa presidenta Dilma”, disse o capitão do penta.
Cafu falou ainda sobre a construção dos novos estádios e a possibilidade de que alguns fiquem subutilizados após a Copa do Mundo do ano que vem. “Nós construímos estádios do nível do futebol europeu e estamos aqui lamentando o por que desses estádios. A gente espera que eles não virem elefantes brancos e eu tenho certeza que isso não vai acontecer. Até porque vai ajudar muito lugares onde o futebol não é tão divulgado. Se você pega São Paulo, Rio, Minas Gerais, Paraná, Porto Alegre, são locais onde o futebol já é bastante competitivo. Se pega outros lugares, como Manaus, onde o futebol não é tão competitivo, a cidade vai ganhar muito em termos de infraestrutura, educação, transporte e terá um crescimento muito grande. O Brasil vai ganhar com esses estádios modernos”, destacou Cafu.
Edição: Graça Adjuto
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