Filha de Fujimori promete recorrer à Justiça para garantir que o pai fique em liberdade

10/06/2013 - 8h20

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Keiko Fujimori, a filha mais velha do ex-presidente do Peru Alberto Fujimori (1990-2000) anunciou que recorrerá à Justiça para conseguir que o pai cumpra prisão domiciliar. A insistência ocorre no momento em que o atual presidente peruano, Ollanta Humala, negou pedido de perdão encaminhado por Keiko e sua família, em favor de Fujimori. Os parentes do ex-presidente argumentaram que ele está debilitado e sem condições de ser mantido na prisão.

“[Meu pai] sairá em liberdade e não em um caixão como o senhor Humala e sua mulher desejam”, reagiu Keiko, em entrevista coletiva concedida ontem (9). A filha de Fujimori concorreu às eleições presidenciais no Peru, contra Humala e foi derrotada por ele. “Nunca houve vontade política de perdoar [meu pai].”

Fujimori foi condenado a 25 anos de prisão por violações aos direitos humanos. No período em que cumpre a pena, ele foi diagnosticado com câncer na boca e vários problemas de saúde, como hipertensão e depressão. Os parentes e simpatizantes do ex-presidente argumentaram que ele precisa de cuidados especiais.

Humala negou o pedido de anistia a Fujimori com base nos argumentos apresentados pela Comissão de Graças Presidenciais, órgão que analisou a situação do ex-presidente e concluiu que não havia necessidade de conceder o indulto. A decisão foi tomada na última sexta-feira (7). Isso porque, segundo o presidente, Fujimori não tem doença terminal, nem degenerativa, assim como não sofre de transtornos mentais.

A Comissão de Graças Presidenciais ressaltou que Fujimori está em condições carcerárias corretas: “É um preso nas melhores condições que existem no Peru”. Ao ser perguntado sobre o tema, Humala disse que o assunto “é um capítulo encerrado”.

Fujimori foi condenado em abril de 2009 a 25 anos de prisão, apontado como autor intelectual das mortes de 25 pessoas, assassinadas por um esquadrão da morte que atuava dentro do Exército. O Grupo Colina, como era chamado, combatia a guerrilha Sendero Luminoso.

*Com informações da emissora multiestatal de televisão, Telesur// Quarto parágrafo corrigido às 13h20 do dia 11.06.2013, onde dizia-se que, segundo o presidente peruano, Fujimori tem um doença terminal e não degenerativa. O correto é que a justificativa de Humala para negar o pedido de anistia a Fujimori foi o fato de o ex-presidente não ter doença terminal, nem degenerativa, bem como o fato de ele não sofrer de transtorno mentais

Edição: Denise Griesinger

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