Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse hoje (4) que o ministério não avaliza a peça da campanha contra a associação entre a prostituição e a infecção pelo HIV/aids que traz a frase “Eu sou feliz sendo prostituta”. A campanha foi lançada no último fim de semana nas redes sociais pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. Segundo Padilha, a mensagem principal das campanhas da pasta destinadas a esse público tem foco na prevenção das doenças sexualmente transmissíveis.
Padilha enfatizou que, enquanto for ministro da Saúde, essa mensagem não fará parte da campanha do ministério. "Teremos mensagens restritas a orientações de prevenção às doenças sexualmente transmissíveis", informou o ministro. Ele disse que respeita as entidades que queiram passar tal mensagem, mas destacou que este papel é dos movimentos e das entidades. "O papel do ministério é ter conteúdos específicos para estimular a prevenção entre os profissionais do sexo, que são um grupo bastante vulnerável.”
De acordo com Padilha, o Ministério da Saúde recebe sugestões de profissionais do sexo e de entidades para elaborar campanhas que atinjam o público desejado, e esse material passa por uma avaliação. As peças da campanha em questão, no entanto, ainda não foram avaliadas pelo ministério, disse ele. "Só será autorizada a assinatura do ministério em mensagens restritas a orientações sobre prevenção das doenças sexualmente transmissíveis para os profissionais do sexo”, explicou.
A campanha, cujo lema é “Sem vergonha de usar camisinha”, é uma homenagem ao Dia Internacional das Prostitutas, que foi lembrado domingo (2). Os banners e vídeos foram produzidos em uma oficina para profissionais do sexo ocorrida em março, em João Pessoa. Participaram do evento representantes de organizações não governamentais (ONGs), associações e movimentos sociais que atuam com esse grupo de profissionais.
As peças publicitárias estão disponíveis no site do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais e tem também frases como “O maior sonho é que a sociedade nos veja como cidadãs” e “Eu não posso ficar sem a camisinha, meu amor”.
Edição: Nádia Franco
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