Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Em comemoração à Semana do Meio Ambiente, o Rio Paraíba do Sul, no sul fluminense, recebeu hoje (4), mil alevinos de surubins-do-paraíba. Essa espécie de bagre está na lista das dez mais ameaçadas de extinção no estado do Rio de Janeiro, segundo informou a Secretaria de Estado do Ambiente (SEA).
A iniciativa de repovoamento de peixes do rio faz parte do programa de recuperação da ictiofauna nativa (conjunto das espécies de peixes que existem em uma determinada região) coordenado pelo Instituto Estadual de Ambiente (Inea). A SEA pretende até sexta-feira (7) fazer o repovoamento de 45 mil alevinos nas águas do rio.
O Paraíba do Sul banha os estados de São Paulo, Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Além de resíduos industriais, do extrativismo, da pecuária e da agricultura no entorno da região, outros fatores prejudicam a fauna e flora do rio. De acordo com o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, a extração mineral de areia e as pequenas hidrelétricas, como a Paraibuna e a Jaguari, administradas pela Companhia Energética de São Paulo (Cesp) alteram o curso do rio.
“O programa de repovoamento de alevinos no curso da Bacia do Paraíba do Sul é um benefício para a população, porque traz o equilíbrio ecológico para a área e ajuda na oxigenação da água. O projeto de recuperação engloba o saneamento da água do rio, o reflorestamento da área, a um custo de R$ 40 milhões. Além do rio vai beneficia também [as cidades de] Barra Mansa, Resende e Barra do Piraí [no sul fluminense]”, disse o secretário.
Os alevinos foram criados na Estação de Hidrobiologia e Aquicultura de Paraibuna, que tem como propósito minimizar os impactos causados a comunidades de peixes da Bacia do Rio Paraíba do Sul, principalmente nas áreas sob influência das usinas hidrelétricas de Paraibuna e de Jaguari, administradas pela Cesp.
Carlos Minc disse que o Paraíba do Sul está em uma das bacias hidrográficas mais importantes do Brasil em termos de biodiversidade e localizado na região mais industrializada do país. “A situação que compromete a qualidade do rio são as hidrelétricas e siderúrgicas, pois detêm os materiais pesados. Por exemplo, a CSN [ Companhia Siderúrgica Nacional], que por despejar dejetos tóxicos no rio no ano passado, foi multada em R$ 420 milhões. Nesta semana vamos inspecionar a área da CSN para verificar o compromisso firmado com o TAC [Termo de ajustamento de conduta], que impõe 128 medidas sobre conservação do meio natural. Dentre eles, produção por meio de biotecnologia e não utilização de agrotóxicos”, disse Minc.
Edição: Fábio Massalli
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