Leandra Felipe
Correspondente da Agência Brasil/EBC
Bogotá - Ao apresentar um balanço de dois anos da política social colombiana, o presidente Juan Manuel Santos disse que se inspirou no modelo brasileiro e no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para implantar os programas sociais vigentes no país. Um deles é o Mais Famílias em Ação (Más Famílias em Acción), uma espécie de Bolsa Família colombiana que atende a 2,8 milhões de famílias no país com o repasse mensal de um valor em dinheiro, com a exigência de que os filhos frequentem a escola.
“Em 2011 eu disse que queria ser como Lula. Hoje vemos que estamos na direção correta, porque estamos conseguindo combater a miséria e gerar um país mais justo”, disse Santos, ao lado de Lula, que chegou ontem a Bogotá, para participar do evento. O Mais Famílias em Ação é um dos programas de maior relevo na atual política colombiana. O governo estima alcançar a 5,6 milhões de crianças pela iniciativa. O valor mensal da bolsa é 140.000 pesos (R$ 157,50) por família.
Outras iniciativas são o Programa Jovens em Ação, que atende a 120 mil jovens com bolsas para financiamento de cursos profissionalizantes, e o Mulheres Poupadoras (Ahorradoras), que qualifica as mulheres para poupar e começarem pequenos negócios.
No evento de hoje, Lula conheceu os programas e parabenizou o presidente colombiano. “Você está de parabéns, Santos. Eu saio daqui orgulhoso e vou levar esse exemplo a outros países. Você entendeu que os pobres não querem favor, mas sim oportunidades”, disse Lula.
De acordo com o Setor de Inclusão Social e Reconciliação – órgão da Presidência do país responsável pelas políticas sociais, a população mais pobre da Colômbia teve um aumento de 13,5% na renda e a mais rica, 2,3%. “Algo parecido com o que vocês fizeram no Brasil, presidente Lula”, disse.
A Colômbia já esteve entre os 10 países mais desiguais do mundo segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). No ano passado, o país saiu da lista e conseguiu baixar a pobreza em 32,7%. A queda na desigualdade foi percebida pela queda do índice de Gini - que se aproxima de 0 quando há mais igualdade e de 1, quando há maior desigualdade.
De acordo com o Departamento Administrativo Nacional de Estatística da Colômbia (Dane), o índice de Gini do país passou de 0,548 em 2011, para 0,539 no ano passado. O país saiu do sexto lugar em desigualdade para o 19º, em uma lista de 48 países. Na América Latina o país saiu do terceiro lugar para ocupar o sétimo.
O presidente colombiano destacou que ainda há muito o que ser feito. “Ainda há muita pobreza, muito desemprego e miséria. Por isso não podemos baixar a guarda e temos que perseverar”, acrescentou.
Edição: Fábio Massalli
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