Vinícius Lisboa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - No mês em que a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, completa um ano, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, defendeu a relevância do encontro internacional, destacando que a agenda definida pelas autoridades presentes pauta a discussão da sustentabilidade atualmente. Na abertura da Semana do Meio Ambiente, hoje (3), no Jardim Botânico, a ministra disse que não há um fórum de que tenha participado em que essa importância não tenha sido reconhecida.
"Um ano depois da Rio+20, o que temos no exterior é uma pauta modelada pela herança e pelo legado da conferência", defendeu a ministra na abertura do evento. Ela reforçou a ideia em entrevista a jornalistas: "A agenda da Rio+20 tem pautado todas as negociações internacionais de desenvolvimento sustentável, e basicamente é uma agenda que coloca na centralidade do debate a questão do homem, a questão da erradicação da pobreza e de evoluir em novos modelos econômicos, para permitir que possamos tratar a sustentabilidade não só como uma questão de desenvolvimento nacional, mas de desenvolvimento global."
A ministra comparou a Rio+20 à Rio92. Segundo Izabella Teixeira, elas representaram fases distintas da discussão da sustentabilidade. "A Rio92 foi um ponto de chegada, em que se negociou um conjunto de acordos legais como a Convenção do Clima e a Convenção da Biodiversidade e se finalizou essa etapa na conferência. A Rio+20 foi um ponto de partida. A partir do que foi definido aqui há um caminho de negociação e novos postulados."
A programação da abertura da Semana do Meio Ambiente no Jardim Botânico incluiu o seminário A Geopolítica do Desenvolvimento Sustentável, com a participação de pesquisadores, representantes do governo, do setor privado e de organizações não governamentais. O diretor do Departamento de Meio Ambiente e Temas Especiais do Ministério das Relações Exteriores, André Corrêa do Lago, analisou que cada país enfrenta setores internos reticentes à agenda ambiental. De acordo com ele, esses setores são mais ativos e atuam com lobbies fortes por considerarem que têm muito a perder com o avanço da agenda.
A diretora regional da América Latina e Caribe do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Margarita Astrálaga, e a presidenta do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), Yolanda Kakabadse, defenderam o investimento na busca de novos modelos econômicos. O presidente da Unilever no Brasil, Fernando Fernadez, argumentou que as grandes empresas precisam alinhar práticas e parâmetros nessa área para, entre outras vantagens, facilitar a oferta de matéria-prima sustentável, muitas vezes fornecida por empresas menores e com dificuldades em atender a demandas muito diversas.
Edição: Juliana Andrade
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