Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Refletindo o comportamento do parque fabril do país, a demanda da indústria por energia elétrica, em abril deste ano frente a abril de 2012, manteve o mesmo nível de consumo agregado de energia elétrica na rede – demandando pouco mais de 15.500 gigawatts-hora (GWh).
No entendimento da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que divulgou hoje (29) a Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica de abril, entretanto, o consumo das indústrias pode estar dando “sinais de vitalidade”.
A avaliação da EPE, responsável pelo planejamento energético do país, tem como base o crescimento de 2,1% na série dessazonalizada (sem considerar os efeitos pontuais ocorridos no período), na comparação entre os meses de abril e março deste ano.
A EPE avalia, ainda, que a série dessazonalizada, ao permitir comparação com o mês imediatamente anterior, mostra que o crescimento de 2,1% de abril “é o maior desde fevereiro de 2012”.
Ressalta, porém, que “parece ainda cedo” para confirmar a estabilização de um quadro que vem se caracterizando pela inconstância nos últimos meses. No acumulado do primeiro quadrimestre ou dos 12 meses findos em abril (na comparação com igual período do ano anterior), a demanda por energia elétrica ainda registra recuo no consumo industrial de energia na rede de, respectivamente, -1,6% e -1,3%.
A EPE atribuiu os indicativos de reversão na curva de crescimento do consumo industrial às medidas que vêm sendo tomadas pelo governo com o objetivo de superar os gargalos que afetam a competitividade da produção industrial brasileira.
“A redução da taxa real de juros, a redução das tarifas de energia elétrica, a concessão de projetos de infraestrutura à iniciativa privada e a desoneração das folhas de pagamento para o setor exportador devem produzir resultados em médio prazo e seus efeitos deverão ser sentidos no consumo industrial de eletricidade”, segundo trecho do documento.
A empresa ressalta, porém, que, ainda permanecem incertezas refletidas na percepção do segmento industrial sobre os indicadores da conjuntura macroeconômica. No entanto, segundo a EPE, as recentes captações de recursos no mercado internacional de capitais, seja pelos expressivos volumes transacionados, seja pelas boas condições obtidas, e ainda o sucesso da 11ª Rodada de Licitações de Blocos Exploratórios de Petróleo e Gás, reforçam o entendimento de que pode ter sido rompida a letargia que paralisava o desempenho da indústria nacional.
A Empresa de Pesquisa Energética cita o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci), que segundo a pesquisa Sondagem Industrial da Fundação Getúlio Vargas (FGV) avançou 0,4 ponto percentual em maio, atingindo 84,6% - o maior percentual desde janeiro de 2011 (84,7%).
Destaca, ainda, o efeito da indústria eletrointensiva no consumo de energia elétrica do segmento industrial, notadamente ferroligas e alumínio, que vivem momento de retração. “Excluídos esses setores, estima-se que o consumo industrial de energia na rede tenha crescido 1,3% na comparação com maio do ano passado”, de acordo com trecho do documento.
Edição: Davi Oliveira
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir as matérias é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil