Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), divulgou nota na qual lamenta a morte do presidente do Conselho de Administração do Grupo Abril e criador da revista Veja, Roberto Civita.
Renan lembrou que Civita foi o responsável por transformar o grupo Abril em um dos maiores conglomerados de comunicação da América Latina. “O grupo, que diversificou sua atuação em função da visão empresarial de Roberto Civita, perdeu seu grande mentor e o Brasil perdeu um grande incentivador da liberdade, da democracia e da pluralidade”, diz a nota.
O ex-presidente da República, senador José Sarney (PMDB-AP), apresentou requerimento para um voto de pesar ao plenário do Senado. Na opinião dele, Civita foi um pioneiro e um inovador da mídia brasileira. “Ele não só fazia jornalismo como amava a arte do jornalismo, noticiando, afirmando ideias; intransigente em suas convicções. Ele sabia o preço da liberdade. Ele era um devoto da iniciativa privada e também um grande defensor da revolução pela educação. Assim, era um líder de uma dimensão singular. Perde a imprensa brasileira e perde o país”, disse.
O senador Pedro Simon (PMDB-RS), um dos mais antigos no Senado, disse que “Brasil perdeu, nos últimos dias, dois jornalistas que fizeram história na imprensa brasileira: Ruy Mesquita, do Estadão [O Estado de S. Paulo], e Roberto Civita, da Editora Abril”. Para o senador, os dois contribuíram para mostrar que “ninguém é dono da verdade” no país. “Sem as posições contundentes do doutor Ruy Mesquita e de Roberto Civita, a discussão e o debate, no Brasil, das ideias ficarão mais pobres. Faltarão muito as suas presenças na consolidação da democracia brasileira”, complementou Simon.
Roberto Civita morreu na noite de ontem (26) depois de ficar internado por três meses no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para a correção de um aneurisma abdominal. A morte ocorreu por falência de múltiplos órgãos. Civita assumiu o Grupo abril, nos anos de 1990, com a morte do pai Victor Civita. Nascido em Milão, na Itália, ele morou em Nova York, nos Estados Unidos, de 1939 a 1949, em seguida foi morar em São Paulo. Depois de interromper o curso de física nuclear na Universidade Rice, no Texas, fez jornalismo e economia na Universidade da Pensilvânia.
Edição: Aécio Amado
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