Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A partir desta semana, o general brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz, de 60 anos, comandará a missão de paz das Nações Unidas no Congo, chamada de Monusco. Ele foi escolhido para a missão no mês passado. A designação oficial foi anunciada pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon. Santos Cruz sucede o general indiano Chander Prakash.
O brasileiro vai coordenar cerca de 20 mil militares, de 20 países. Ele será o único brasileiro das tropas. No mês passado, o ministro da Defesa, Celso Amorim, disse que a escolha de Santos Cruz é a demonstração do prestígio e respeito conquistados pelo Brasil no cenário internacional. Em entrevista à Agência Brasil, o general disse que considerava a missão “desafiadora”.
“Em 44 anos de Exército deu para aprender alguma coisa”, brincou o general durante a entrevista.“Mas, sem dúvida alguma, será uma missão desafiadora. É um desafio fantástico buscar a paz em um país que tem a dimensão da Europa Central e conflitos enraizados desde sua origem”, ressaltou.
Santos Cruz comandou a Missão de Estabilização da ONU no Haiti (Minustah) entre janeiro de 2007 e abril de 2009. Na ocasião, ele liderou 12 mil homens. Na reserva há cinco meses, o general estava na Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República.
A missão de paz no Congo foi aprovada pelos líderes de 11 países africanos e representantes de quatro organizações regionais e internacionais. A decisão de enviar uma missão ao país foi tomada há três meses.
O general enfrentará o desafio de tentar a paz em um país cujos conflitos têm cerca de dez anos. Desde a 2ª Guerra do Congo (1998-2003), que envolveu várias nações africanas, o país vive em clima de instabilidade. Durante a guerra, mais de 5 milhões de pessoas morreram.
Com 3,9 milhões de habitantes e um passado recente da colonização francesa, o Congo é cenário também de conflitos étnicos, políticos, econômicos e de disputas por recursos naturais. Os confrontos no país africano têm raízes em um genocídio em Ruanda, ocorrido em 1994. Rebeldes hutus, grupo étnico rival dos tutsis, agem nas florestas do Leste do Congo desde então, segundo a ONU.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa
Edição: Graça Adjuto