Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Defensoria Pública da União deu prazo de 15 dias para que a Reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) solucione os problemas relacionados à falta de profissionais de saúde para completar os plantões e de medicamentos no Instituto de Pediatria e Puericultura Martagão Gesteira (IPPMG).
Hoje (14) a defensoria fez uma vistoria na emergência do instituto e decidiu que o local permanecerá fechado. Atualmente, o setor conta com 17 médicos e, segundo a direção do IPPMG, o número ideal de profissionais para o bom funcionamento do serviço é 33. Com isso, cerca de 80 crianças deixam de ser atendidas diariamente na unidade.
O defensor público, André Ordacgy, que coordenou a visita ao hospital, acredita que a situação no IPPMG deve ser solucionada no prazo estabelecido. "É necessário encontrar uma saída urgente para esse problema. Trata-se do direito inalienável à saúde, com proteção constitucional. Colocamos os [menores] prazos possíveis para que a situação seja regularizada o quanto antes. Faremos uma nova vistoria ao final destes 15 dias para ver o andamento do caso", afirmou Ordacgy.
Caso a universidade não regularize a situação dentro do prazo estipulado, a DPU vai entrar com uma ação civil pública na Justiça Federal e com um pedido de liminar para que a situação seja resolvida e a emergência seja aberta integralmente.
No dia 26 de abril, o serviço no hospital foi paralisado. Depois de um ofício enviado pela DPU recomendando a reativação, o hospital voltou a funcionar apenas de forma referenciada, atendendo crianças previamente acompanhadas no instituto ou com caso clínico extremamente grave.
O diretor da instituição, Edimilson Migowski, alega que a falta de profissionais tem atrapalhado o funcionamento completo do setor. Segundo ele, tem havido dificuldade no setor de compras, que perdeu diversos funcionários. "Seja por problemas de saúde, ou até mesmo por aposentadoria".
Outro problema é a dificuldade de compor a escala de médicos da emergência, já que a maioria dos funcionários não tem nenhum vínculo profissional com a universidade. "Obviamente, quando eles recebem uma proposta melhor de trabalho, saem e eu não recebo ninguém para suprir a ausência desses profissionais".
Migowski informou que alguns produtos hospitalares foram adquiridos de forma emergencial. E em cerca de dez dias devem estar a disposição do setor de emergência do IPPMG. Já em relação aos médicos, o diretor informou que a universidade está selecionando pediatras que queiram trabalhar nos plantões e no aprimoramento técnico do atendimento do instituto, enquanto os concursados não chegam.
Em nota, a assessoria de imprensa da UFRJ informou que no mês passado, foram publicados de concurso público, para ocupar mais de 100 vagas para servidores técnicos, administrativos, médicos de emergência pediátrica, odontopediatras, dentre outros. As vagas se destinam aos hospitais universitários da UFRJ. Segundo a nota, o Instituto de Puericultura tem a previsão de receber, pelo menos, oito enfermeiros para a pediatria, sete médicos para a unidade de terapia intensiva (UTI) e dois profissionais para a emergência. As inscrições terminaram no domingo (12) e a seleção será feita nos próximos meses.
Edição: Tereza Barbosa
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