Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – No mundo atual, em que o conhecimento é o elemento alavancador de riqueza e demanda uma lógica de produção diferente, com foco no capital humano e na inovação, o Brasil necessita, em primeiro lugar, identificar as áreas em que pode ser mais competitivo, e a biotecnologia é a que apresenta maior potencial inovador´, de acordo com a avaliação de Marcos Cavalcanti, professor de engenharia de produção da Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Cavalcanti destacou a necessidade de o país ter uma estratégia de inovação que contemple esses setores com potencial competitivo. “Hoje, a gente pulveriza os poucos recursos que tem em inovação. E a gente tem uma visão totalmente academicista do processo”, disse. Ele criticou o fato de os critérios para avaliar como será feita a distribuição dos recursos em inovação se basear em artigos acadêmicos. “É o único critério que o governo adota para distribuir o dinheiro, que é um critério totalmente equivocado e está desestimulando a inovação”.
A biotecnologia é, segundo Cavalcanti, a principal área em que o Brasil tem de investir em inovação. “O país tem uma Floresta [Amazônica] com a maior biodiversidade do planeta, totalmente inexplorada”, disse. Não há, reiterou, uma estratégia que seja voltada para a amazônia e focada no desenvolvimento sustentável e na exploração dos recursos genéticos existentes na região.
Além de biotecnologia, outra área para ser explorada, de acordo com o professor, é a da tecnologia da informação e da comunicação (TIC), em que o Brasil tem reconhecida competência internacional, e que aumenta a produtividade no conjunto da economia. “O Brasil podia ser um player [ator] importante no mercado mundial”. Outras áreas de forte potencial inovador são: aeroespacial, “estratégica para o desenvolvimento do país”, energia e de entretenimento e indústrias criativas. “Acho que nessas cinco áreas o Brasil pode ser o número um no mundo”.
Marcos Cavalcanti participou hoje (14) do 25º Fórum Nacional, promovido pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio.
Edição: Aécio Amado
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