Leandra Felipe
Correspondente da Agência Brasil/EBC
Bogotá - Enquanto a mesa de negociações do governo colombiano e das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) avança em Havana, capital de Cuba, na tentativa de firmar um acordo de paz, o Congresso colombiano faz "mesas regionais" para recolher propostas e opiniões das vítimas do conflito armado no país. Os encontros regionais estão na segunda fase de reuniões. Hoje (9) as mesas ocorrem em Rio Negro, departamento de Antioquia, Norte da Colômbia. Nas reuniões são discutidas sugestões de medidas que poderão ser tomadas para ressarcir as vítimas afetadas pelo conflito.
A iniciativa tem o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) que se declarou "otimista" com o processo de paz, mas ressaltou que as vítimas não podem ficar de fora do contexto da negociação e que os crimes de lesa humanidade cometidos pelos atores do conflito (exército e guerrilha) deverão ser julgados.
Durante o lançamento do novo ciclo de debates regionais, o delegado da ONU na Colômbia, Fabrizio Hochschild, disse que os temas mais difíceis de trabalhar no contexto da negociação são a Justiça transicional - processo a ser definido para julgamentos, penas e possíveis anistias após firmado um acordo de paz - e a reconciliação.
"As vítimas merecem saber a verdade e poder desfrutar de reconhecimento e compensação e ter segurança por meio da Justiça, para que não aconteça a repetição dos crimes que sofreram", disse Hochschild, na abertura do ciclo de debates regionais.
A Justiça transicional definirá regras e um período a ser determinado para que o país possa julgar os milhares de casos decorrentes dos 48 anos de conflito armado colombiano. As propostas recolhidas nas mesas serão entregues aos negociadores das Farc e do governo colombiano em Havana.
Edição: Fábio Massalli
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