Leandra Felipe
Correspondente Agência Brasil/EBC
Bogotá - A Colômbia continua sendo o país com maior número de deslocados internos do mundo, devido ao conflito armado ativo há quase meio século entre guerrilha e governo. No final do ano passado, o país alcançou pelo menos 4,9 milhões de pessoas afetadas pelo problema.
Os números foram divulgados hoje (29), em Genebra, na apresentação do relatório The Global Overview 2012: Pessoas Deslocadas Internamente por Conflito e Violência.
A Síria ocupa a segunda posição com cerca de 3 milhões de deslocados, situação provocada pela guerra civil iniciada em 2011. O relatório é do Centro de Monitoramento de Deslocamentos Internos (IDMC, na sigla em inglês).
De acordo com conceito da Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), os deslocados internos diferem dos refugiados porque não atravessaram uma fronteira internacional para encontrar segurança, mas permaneceram em seu país natal, ao escaparem de uma região em conflito.
No mundo inteiro, a quantidade de deslocados internos no ano passado alcançou 28,8 milhões de pessoas. De acordo com a IDMC, com sede em Genebra e mantida pelo Conselho Norueguês para Refugiados, a quantidade de pessoas afetadas pelo problema apresentou um aumento de 2,4 milhões de pessoas sobre o número do ano passado.
A terceira maior população refugiada interna do mundo vive na República Democrática do Congo, país que tem 2,7 milhões de deslocados internos. A África Subsaariana reúne um terço do total de deslocados do mundo: 10,4 milhões de pessoas. O levantamento informa que os deslocamentos em geral foram causados por conflitos armados, violência generalizada e violações de direitos humanos.
De acordo com a diretora da IDMC, Kate Halff, o principal componente para o aumento registrado foi o conflito na Síria, no final do ano passado. "O acréscimo acelerado observado no deslocamento interno é estreitamente vinculado ao conflito, um alimenta o outro, e apresenta um ‘efeito bola de neve'", explicou Kate, em entrevista para apresentar o relatório em Genebra.
Segundo a diretora, o caso colombiano exemplifica o rápido aumento de deslocados. "Esse fenômeno se observa na Colômbia e em outros países que vivem uma situação de conflito armado prolongado", pontua.
Com relação à quantidade de deslocados na Colômbia, o relatório observa que existem levantamentos do governo e da sociedade civil que apresentam números diferentes, variando entre 4,9 e 5,5 milhões de deslocados internos. Mesmo assim, o país ocupa o primeiro lugar do mundo, independentemente do estudo escolhido como referência.
O relatório The Global Overview pode ser baixado na versão em inglês. Um mapa com informações em espanhol está disponível com números de deslocados internos pelo mundo.
Edição: Davi Oliveira
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