Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Médicos da rede privada de saúde do Distrito Federal (DF) paralisaram hoje (25) o atendimento a planos de saúde em razão do Dia Nacional de Alerta na Saúde Suplementar, que gerou manifestações em todo o país. A categoria alega que as operadoras pagam valores defasados a consultas e procedimentos.
"Achamos que o médico está sendo explorado pelos planos de saúde. Os valores que recebemos pelas consultas são muito baixos. Queremos que os planos façam um reajuste para essas consultas. Os usuários também são explorados - estão pagando muito e os planos repassam pouco aos médicos”, avaliou o presidente do Conselho Regional de Medicina do DF (CRM-DF), Iran Augusto Cardoso.
Para o presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal, Gutemberg Fialho, a paralisação serve para esclarecer a população sobre a situação registrada na saúde suplementar. “O cidadão tem um plano de saúde e, quando precisa de médico, não consegue”, disse. “As operadoras vendem planos sem ter médicos para atender toda essa população. Hoje é um dia de conscientização para que o usuário entenda o que está acontecendo e forme um senso crítico para pressionar seus convênios”, completou.
O vendedor Geovane Pereira de Queiroz, 51 anos, contou ter muita dificuldade para conseguir atendimento médico, mesmo sendo usuário de plano de saúde. Há seis meses ele tenta agendar consultas e uma cirurgia para a mãe, que sofre de mal de Parkinson. “Acho que esta manifestação é muito válida. Nós pagamos um absurdo de caro e, quando precisamos, eles [os planos de saúde] sempre colam dificuldade."
A ginecologista Marcela Montandon aderiu ao movimento proposto pela categoria e fechou a clínica particular durante todo o dia de hoje. “Queremos conscientizar os pacientes e a população de que a nossa manifestação é contra os planos de saúde, pelo reajuste do honorário médico, que é um valor que a gente tem brigado para que seja justo. Hoje, o valor pago para o médico que atende plano de saúde é muito baixo. Os pacientes culpam o médico, mas agora a população está entendendo”, destacou.
Edição: Lílian Beraldo
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