Mariana Tokarnia
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Um cortejo carrega um caixão até a portaria do Ministério do Trabalho. O corpo simbólico é do Acordo Coletivo Especial (ACE), contra o qual os manifestantes protestam. Esse é o primeiro ato da marcha que deve durar todo o dia. "Será uma jornada longa com várias reivindicações", explica Paulo Barela, da executiva da Central Sindical e Popular Conlutas (CSP Conlutas), um dos movimentos organizadores. "Trata-se de um protesto contra a política econômica conduzida pelo governo, que privilegia alguns setores mais ricos em detrimento de outros".
Segundo Barela, está confirmada uma audiência no Palácio do Planalto para hoje, quando os movimentos sindicais pedirão agendamento de audiência com o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Os manifestantes tentarão se reunir também com representantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e com a presidência da Câmara dos Deputados. Na Câmara, a principal demanda é a saída de Marcos Feliciano da Comissão de Direitos Humanos.
A marcha tem uma extensa pauta de reivindicações em diversas áreas. No setor da educação, os representantes pedem a valorização dos profissionais e da educação pública. Além disso, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) protesta contra a entrega da administração de hospitais universitários a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. A Andes vai entregar ao Ministério da Educação o resultado de um plebiscito que realizou com 60 mil assinaturas de profissionais do ensino superior. "A empresa vai privatizar os hospitais universitários e tirar da sociedade exames e consultas as quais tem direito", diz a presidenta da entidade, Marinalva Oliveira.
Marcelo Ferreira veio de Belém, no Pará, para reivindicar melhorias para a comunidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros (LGBT). Ele teve amigas travestis agredidas e uma delas chegou a falecer. "A comunidade LGBT sofre todas as dificuldades na sociedade. Viemos aqui hoje pedir a criminalização da homofobia e a saída de Marco Feliciano da Comissão de Direitos Humanos. Ele está envergonhando a sociedade".
Melissa Coelho, indígena da Aldeia Maracanã, do Rio de Janeiro veio em um grupo de 10 indígenas para pedir a manutenção da aldeia no Museu do Índio. Eles querem que no local seja criado um centro universitário para os indígenas. "Viemos dar visibilidade para nossa causa. Queremos mostrar que a força indígena está viva e reivindicante. O que aconteceu não pode cair no esquecimento".
Edição: Denise Griesinger
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