Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Os cerca de 10 mil usuários do Parque Aquático Julio de Lamare, na zona norte da capital fluminense, continuam sem ter informação sobre o futuro dos projetos sociais que eram desenvolvidos no espaço esportivo, fechado desde o início do mês, como aulas de natação, hidroginástica e ginástica para idosos e pessoas com deficiência.
Hoje (22), dezenas de alunos que participam dos projetos sociais compareceram ao Clube América com a expectativa de se reunir com representante da Secretaria de Esporte e Lazer do estado do Rio de Janeiro e receber informação. No entanto, não havia ninguém do governo estadual presente no local.
A Agência Brasil foi ao Clube América na manhã de hoje e constatou que havia apenas uma professora no local, que se esforçava para anotar o nome e telefone de mais de 200 pessoas e que não tinha qualquer informação para dar aos alunos sobre o reinício das atividades.
Segundo a Secretaria Estadual de Esporte e Lazer do Rio de Janeiro, o parque, que faz parte do Complexo Esportivo do Maracanã, foi desocupado no início deste mês para atender a pedido da Federação Internacional de Futebol (Fifa) para a Copa das Confederações deste ano e a Copa do Mundo de 2014. O local também era usado para treinamento de esportistas de alto desempenho de esportes aquáticos.
Segundo a assessoria de imprensa da secretaria, não estava prevista nenhuma reunião no América. O que estava previsto para hoje era o início de um recadastramento dos alunos, que seria feito por dois professores do projeto social. Os professores também informariam os alunos sobre o reinício das atividades.
Ainda de acordo com a secretaria, o retorno das atividades está previsto para 2 de maio. Os alunos deverão ser distribuídos em vários locais, como os clubes América, na Tijuca, e Vasco da Gama, em São Cristóvão, ambos na zona norte. Os alunos que se recadastrarem a partir de hoje serão informados sobre o novo local das atividades.
Os alunos dizem que foram convidados para uma reunião marcada para hoje por meio de um aviso impresso, afixado no parque aquático, antes de o espaço fechar suas portas. Depois de mais de duas horas no local, muitos idosos demonstraram impaciência com a falta de informação e com a ausência de representantes da Secretaria de Esporte e Lazer.
A aposentada Laurinda Mariano, de 80 anos, que fazia hidroginástica no local há mais de dez anos por recomendação médica, reclamava da indefinição. “É chato, porque não sabemos para onde vamos. Vim aqui hoje porque pensei que fôssemos escolher um novo local. Achei que estava praticamente resolvido”, disse a aposentada.
Sandra Colonesi, de 60 anos, tem um filho autista de 31 anos que fazia natação terapêutica no Julio de Lamare há 17 anos. “Como eu vou falar para o meu filho: 'acabou a piscina, não tem mais piscina?' É um garoto especial, que frequenta aquela piscina desde antes dos 14 anos”, disse Sandra, que classificou a situação como um descaso do governo com os usuários dos projetos sociais.
Edição: Davi Oliveira
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