Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse hoje (4) que é compromisso pessoal da presidenta Dilma Rousseff preservar e garantir a integridade física do senador boliviano Roger Pinto Molina, abrigado há 11 meses na Embaixada do Brasil em La Paz.
Segundo o chanceler, a concessão de asilo não deve implicar juízo de valor e o objetivo do governo brasileiro é assegurar que o parlamentar não corra riscos.
“[A concessão de asilo] não implica juízo de valor sobre as instituições bolivianas. O Brasil não permitirá que ele [Pinto Molina] deixe a embaixada em condições [que o ameacem]”, destacou Patriota, em audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado.“Não [haverá situação que ponha] em risco sua integridade física. Isso é compromisso pessoal da presidenta Dilma.”
Pinto Molina está abrigado na Embaixada do Brasil em La Paz desde o final de maio do ano passado e não há previsão sobre quando conseguirá deixar o local. O senador conseguiu autorização para entrar no Brasil, mas o presidente Evo Morales não concedeu o salvo-conduto para que Molina deixe o país.
O parlamentar diz que é perseguido político do governo Morales. As autoridades bolivianas alegam, porém, que Pinto Molina responde a uma série de ações judiciais que levantam suspeitas sobre sua atuação política.
Patriota ressaltou, no entanto, que é fundamental manter discussões distintas sobre a concessão de asilo ao senador e a prisão de 12 torcedores do Corinthians na Bolívia. Os brasileiros estão detidos desde fevereiro em Oruro, após a morte de um estudante boliviano, de 14 anos, atingido por sinalizador durante partida de futebol válida pela Copa Libertadores da América.
“Temos todo interesse em manter canais separados: a questão dos brasileiros presos em Oruro e a do senador. Não ganharemos nada em aproximar os dois assuntos”, disse o chanceler.
Edição: Nádia Franco//O quarto parágrafo foi alterado para retificar informação: o correto é que o senador conseguiu autorização para entrar no Brasil e não que tenha sido autorizado pelo governo brasileiro a deixar a Bolívia
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