Mariana Tokarnia
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Ministério da Justiça pediu a extensão da extradição do italiano Salvatore Alberto Cacciola. O pedido foi feito a Mônaco, que deve decidir pelo cumprimento ou não. Com a extensão, o ex-banqueiro poderá ser condenado por crimes praticados no Brasil identificados após a extradição e que não constam no acordo inicial entre os dois países. Segundo nota divulgada pelo ministério, entre os crime estão: uso de documento falso, falsificação de documento particular e falsidade ideológica.
O ex-dono do Banco Marka foi preso pela primeira vez em 2000, um ano após o escândalo da ajuda do Banco Central ao banqueiro após a maxidesvalorização do real. A operação causou prejuízo de R$ 1,5 bilhão à autoridade monetária. Em janeiro de 1999, quando o Banco Central elevou o teto da cotação do dólar de R$ 1,22 para R$ 1,32, o então presidente da instituição, Francisco Lopes, disse ter emprestado o dinheiro aos bancos Marka e FonteCindam, que estavam expostos no mercado futuro de câmbio, para evitar uma crise no sistema financeiro nacional.
Após a prisão, em 2000, Cacciola conseguiu um habeas corpus, concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello. Aproveitando-se do benefício, Cacciola fugiu para a Itália, onde tem cidadania. O habeas corpus foi cassado pelo próprio STF, mas o ex-banqueiro não retornou ao Brasil e passou a ser considerado foragido da Justiça brasileira.
Em 2008, Cacciola viajou para o Principado de Mônaco, onde foi reconhecido, preso e extraditado para o Brasil, onde cumpriu pena em um presídio de segurança máxima no Complexo de Bangu, no Rio de Janeiro. No início do ano passado, a Justiça do Rio concedeu indulto e extinguiu a pena do ex-banqueiro.
No final de 2012, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região negou o pedido de Cacciola de ser excluído do Cadastro de Procurados e Impedidos da Polícia Federal (Sinpi). Com a decisão, ele continua impedido de deixar o país.
Edição: Fábio Massalli
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