Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Museu de Arte do Rio (MAR), na zona portuária da capital fluminense, abriu hoje (5) as portas ao público com entrada grátis, exibindo quatro mostras com o tema Arte e Sociedade.
Inaugurado na última sexta-feira (1º), pela presidenta Dilma Rousseff, o MAR é parte das obras de revitalização da região do Porto Maravilha. O museu tem como princípio integrar a cultura e a educação de qualidade e já tem um acervo próprio em torno de 3 mil obras, entre as quais estão 1.200 aquarelas de Santiago Calatrava e mil livros de vários artistas. Em seu primeiro dia, as exposições atrairam cerca de 3 mil visitantes, segundo o diretor executivo do MAR, Luiz Fernando de Almeida. As mostras devem ficar em cartaz até julho deste ano.
De acordo com Almeida, um dos destaques é a exposição O Abrigo e o Terreno- Arte e Sociedade no Brasil, que apresenta um conjunto de livros que dão forma à favela carioca. A parceria com os moradores do Morro da Providência faz parte da mostra, que busca a clarividência do espaço urbano da cidade.
“Diferentemente dos outros museus, o MAR tem um programa educativo, não se restringe a um ponto secundário. As exposições são pensadas sobre a ótica da arte e da cultura como parte do processo de inclusão no espaço urbano. O MAR é um museu que, metaforicamente, se relaciona com o mar e o porto e complementa a paisagem”, afirmou o diretor executivo do museu.
Mais três exposições estão incluídas no circuito. O Rio de Imagens: Uma Paisagem em Construção, que reúne fotografias, pinturas, esculturas, mapas, peças de design e mais 400 ornamentos do século 19. Além disso, a mostra tem obras dos artistas Burle Marx, Ismael Nery e Tarsila do Amaral, sob a curadoria de Carlos Martins e Rafael Cardoso.
No segundo andar, está sendo exibida a coleção do marchand Jean Boghici, com obras que reúnem artistas nacionais e internacionais, entre eles Tarsila do Amaral e Victor Brecheret, em uma seleção caracterizada pela pintura espontânea, a abstração informal e construtiva, sob curadoria de Leonel Kaz e Luciano Migliaccio. Já no primeiro andar, a mostra: Vontade Construtiva, de Sérgio Fadel, apresenta o construtivismo de vanguarda de 1960 e 1980.
Para a arquiteta boliviana Hilda Serrano, há 51 anos no Brasil, o museu adotou uma concepção positiva da história da cidade. “Era necessário ter um museu desse porte, porque nos mostra a realidade do Brasil. Um exemplo, a visão do Rio antigo com o hoje, achei interessante. Na sala, também é apresentado o vídeo sobre a história antiga. Já a favela faz a parte da paisagem recente, pois antes, não tinha favela. Então, resgatar a história é importante contar para quem chega, no Rio", disse Hilda, uma das visitantes do primeiro dia.
Almeida adiantou que a próxima exposição vai ser pautada nas obras de um dos principais arquitetos do século 20, o franco-suiço Le Corbusier, que faleceu em 1965. O museu também vai expor a história e obra da cantora Josephine Baker, que morreu em 1975 e considerada a primeira grande estrela negra das artes cênicas.
O MAR funciona de terça a domingo, das 10h às 17h. Às terças-feiras, a entrada é gratuita para o público em geral.
Edição: Lana Cristina