Fernanda Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Uma série de palestras gratuitas voltadas à população abordou hoje (2), na capital paulista, assuntos relacionados ao câncer de próstata. O evento serviu tanto como alerta para que os homens não abram mão da prevenção, quanto para apoiar aqueles que já convivem com a doença.
Promovidas pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, uma instituição sem fins lucrativos que trabalha com a humanização da saúde, as palestras trataram de campanhas de prevenção existentes no país, novidades de cura, do impacto de um diagnóstico positivo entre a família, de superação, tratamento, além de nutrição e atividades físicas entre os doentes.
Segundo a presidenta do instituto, Marlene Oliveira, o objetivo do encontro foi estreitar a ligação das pessoas com os médicos. “Queremos fazer com que a relação médico-paciente se torne cada vez mais acessível à população”, disse. “Os pacientes deram depoimentos e receberam orientações de pessoas que já estão em fase mais madura da doença”, acrescentou.
De acordo com ela, houve grande participação feminina, um público muito interessado pela saúde. “A mulher tem papel fundamental na conscientização do homem, foi muito gratificante para a gente ter esse retorno”, avaliou. Para Marlene, elas tornaram-se as maiores incentivadoras da prevenção. “Tivemos aqui esposas de pacientes que hoje têm câncer, mulheres que estão interessadas em saber e conversar com o seu companheiro, para que ele vá fazer os exames periódicos”.
Nas palestras, os homens foram orientados, conforme recomenda a Sociedade Brasileira de Urologia, a começar os exames a partir dos 50 anos e, para que tem histórico familiar da doença, a partir dos 40. Outro grupo que deve ficar atento aos sinais do câncer de próstata são os negros, já que a incidência da doença entre eles é maior.
Alguns dos sintomas mais comuns do câncer de próstata são a dificuldade e a dor ao urinar, dor ao ejacular, dor na lombar, bacia, nos joelhos, na pélvis ou na parte baixa das costas.
Os exames necessários para o diagnóstico inicial são o Prostatic Specific Antigen (PSA), feito por meio de coleta de sangue, e o toque retal. “A combinação dos dois dá o diagnóstico preciso”, acrescentou. Esse último exame, porém, costuma gerar medo e preconceito na população masculina, um erro primário na opinião de Marlene.
“O toque retal é um exame como qualquer outro. A mulher já está habituada a fazer exames. Com 14 anos, já está orientada a procurar o ginecologista, e o homem não. O homem tem aquela coisa do machismo e de tudo que envolve o exame de toque. Isso tem que acabar”, disse.
Como forma de trazer esclarecimentos e quebrar preconceitos, o instituto promove a campanha educativa Um Toque, Um Drible, levando também informação ao público nas ruas, nos estádios e nas empresas.
Edição: Graça Adjuto
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