Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O Índice de Confiança da Indústria (ICI), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas, atingiu 106,6 pontos em fevereiro – praticamente a mesma marca de janeiro, de 106,5 pontos – mantendo-se acima da média histórica dos últimos cinco anos. O resultado reflete maior desconfiança do setor sobre o desempenho atual da economia e melhora do ânimo para os próximos meses.
O índice avaliou, no trimestre encerrado em fevereiro, a percepção dos empresários em torno das atividades tanto em relação ao momento presente quanto a previsão para os seis meses seguintes. Para isso, foram ouvidos 1.291 representantes de grandes empresas com faturamento de R$ 735,9 bilhões, em 2010.
Enquanto o Índice da Situação Atual (ISA) caiu 1% com 105,7 pontos, abaixo da média histórica que é 106,1, o Índice de Expectativas (IE) subiu 1,4% com 107,6 pontos, alcançando o nível mais alto desde maio de 2011 (108,3).
Na avaliação técnica da FGV, a relativa estabilidade registrada nos últimos meses indica um movimento de lentidão nas atividades. “A boa notícia é a sustentação das expectativas, sugerindo que o empresariado aguarda alguma aceleração ao longo dos próximos meses”, diz a nota.
O quesito nível de demanda diminuiu 2,6% em comparação ao mês anterior e influenciou o maior desânimo do setor no presente momento, ao atingir 103 pontos, o mais baixo desde julho de 2012 (101,7). Houve piora na percepção dos empresários sobre o consumo externo e interno. Para 12,8% dos entrevistados, o nível de demanda atual está forte, mas o percentual é inferior ao apurado na sondagem terminada em janeiro (16,4%). Já a parcela dos que classificaram o movimento como fraco teve uma pequena queda (de 10,6% para 9,8%).
Em relação à projeção para os negócios daqui a seis meses, o interesse em contratar mais empregados levou ao crescimento do Índice de Expectativa. O índice relativo ao quesito mão de obra aumentou, pelo segundo mês seguido, com variação de 2,4% em fevereiro com 113,1 pontos, a mesma marca da média histórica, na melhor posição desde junho de 2012 (113,4). Houve uma queda na parcela dos empresários que projetam menor nível de emprego (de 16,7% para 5,4%). Já a parcela dos que acreditam que haverá elevação do nível de emprego passou de 27,2% para 18,5%.
O levantamento mostra ainda que o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) teve queda de 0,3 ponto percentual (p.p.) ao atingir 84,1%, igualando-se à medição registrada em dezembro.
Edição: Lílian Beraldo
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