Pedro Peduzzi e Danilo Macedo
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O governo federal estuda a possibilidade de abrir financiamentos para que as distribuidoras de energia elétrica amenizem o problema de fluxo caixa decorrente do acionamento das termelétricas. Com a baixa dos reservatórios das hidrelétricas e a necessidade de gerar energia a partir das térmicas, os custos das distribuidoras aumentou, prejudicando o capital de giro.
“Há discussão do setor para viabilizar esse financiamento. Será um auxílio ao impacto transitório”, disse hoje (27) o ministro interino da Fazenda, Nelson Barbosa. Segundo ele, o governo não trabalha com uma “solução fechada” para o caso. “A ideia é financiamento, se necessário, para algumas empresas. Isso pode causar alavancagem transitória”, acrescentou.
Segundo Barbosa, há ainda a possibilidade de que, na próxima revisão tarifária, o custo a mais seja recuperado. Ainda não está sendo estudado pelo governo a possibilidade de a ajuda ás distribuidoras ter como origem recursos do Tesouro Nacional.
Números apresentados hoje pela Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) apontam que o custo do acionamento das usinas termelétricas vai anular, em fevereiro, praticamente todo o desconto nas contas de energia contabilizado.
Em nota, a entidade informa que o Encargo de Serviços do Sistema (ESS) deve atingir R$ 22 por megawatt-hora (MWh), totalizando um custo de R$ 933 milhões. Já o desconto médio causado pela MP será R$ 24 por MWh. Se somado ao encargo de janeiro, em apenas dois meses, o custo global das térmicas para os consumidores é da ordem de R$ 1,5 bilhão.
Edição: Aécio Amado
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