Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Uma forte concentração de vencimentos fez a Dívida Pública Federal (DPF) voltar a ficar abaixo da barreira de R$ 2 trilhões. De acordo com dados divulgados há pouco pela Secretaria do Tesouro Nacional, a DPF fechou o mês passado em R$ 1,926 trilhão, com queda de R$ 82,2 bilhões (4,09%) em relação a dezembro.
A dívida pública mobiliária – em títulos públicos - interna caiu de R$ 1,917 trilhão para R$ 1,838 trilhão. Isso ocorreu porque, no mês passado, o Tesouro resgatou R$ 96,1 bilhões em títulos a mais do que emitiu. Esse resgate foi parcialmente compensado pelo reconhecimento de R$ 17,16 bilhões em juros. O reconhecimento ocorre porque a correção que o Tesouro se compromete a pagar aos investidores é incorporada gradualmente ao valor devido.
A dívida pública externa encerrou janeiro em R$ 88,04 bilhões, queda de 3,55% em relação a dezembro, quando tinha atingido R$ 91,28 bilhões. A redução foi puxada pela queda de 2,7% do dólar no mês passado.
O principal fator que contribuiu para a queda da dívida pública em janeiro foi o elevado volume de vencimentos de títulos em janeiro, que já havia sido anunciado pelo Tesouro Nacional na última quinta-feira (21). Apenas no mês passado, R$ 121,66 bilhões foram resgatados. A maior parte desse total, R$ 117,04 bilhões, correspondeu a títulos prefixados (com juros fixos definidos com antecedência).
A concentração de vencimentos de títulos é típica do primeiro mês de cada trimestre por causa do fim do prazo de vigência de títulos prefixados. Dessa forma, a Dívida Pública Federal costuma registrar queda no estoque em janeiro, abril, julho e outubro. Somente no mês passado, os vencimentos corresponderam a 24% do montante previsto para todo o ano.
Apesar de ter voltado a ficar abaixo de R$ 2 trilhões, o próprio Tesouro reconhece que a DPF voltará a subir nos próximos meses. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), divulgado na quinta-feira (21), a tendência é que o estoque da Dívida Pública Federal encerre o ano entre R$ 2,1 trilhões e R$ 2,24 trilhões.
Edição: Davi Oliveira
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